Luanda – O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA) cumpre, a partir desta segunda-feira, uma missão de campo solidária de três dias à República de Moçambique, com o intuito de recolher informações em primeira mão sobre a situação prevalecente na província de Cabo Delgado.
Os 15 membros do CPS, designadamente Angola (que assume a presidência neste mês de Julho), Botswana, Camarões, Cote d´Ivoire, República Democrática do Congo (RDC), Djibuti, Guiné Equatorial, Egipto, Gâmbia, Marrocos, Namíbia, Nigéria, Serra Leoa, Tanzânia e Uganda, estão interessados em verificar o nível dos progressos alcançados, até agora, na luta contra o terrorismo e o extremismo violento em Cabo Delgado.
A delegação chefiada pelo embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto da União Africana e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), Miguel César Bembe, pretende avaliar o impacto da retirada da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Moçambique (SAMIM).
O programa da comitiva prevê a realização de consultas com entidades governamentais e encontros com organizações da sociedade civil, instituições religiosas, agências de ajuda humanitária e parceiros bilaterais de Moçambique no domínio do desenvolvimento.
A missão, que é acompanhada pelo comissário da UA para os Assuntos políticos, Paz e Segurança, Bankole Adeoye, deverá auscultar o grupo de embaixadores africanos acreditados em Moçambique, assim como os representantes dos Estados-Membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e das agências das Nações Unidas naquele país.
A iniciativa do CPS enquadra-se no cumprimento do seu mandato de promoção da paz, segurança e estabilidade em África e no contexto da promoção da implementação do Roteiro Mestre da UA de Medidas Práticas para Silenciar as Armas em África até ao Ano 2030, indica uma nota de imprensa da representação diplomática angolana em Adis Abeba a que ANGOP teve acesso esta segunda-feira.
Expressa, também, a solidariedade da UA com o povo e o Governo de Moçambique e reafirma o compromisso da organização continental de continuar a apoiá-los nos seus esforços incessantes para erradicar o terrorismo e o extremismo violento, a fim de restaurar a paz duradoura e a estabilidade do país, cujos benefícios se estendem a região da África Austral e ao continente africano como um todo.
O CPS sugere ainda extrair lições práticas de Moçambique, incluindo na implementação de programas de desmobilização e reintegração social de ex-militares.DC