Luanda – O desdobramento das forças militares angolanas, no âmbito da missão de paz na República Democrática do Congo (RDC), foi apreciado, esta terça-feira, em Luanda, entre altas patentes de Angola e o conselheiro militar da ONU para as operações de apoio à paz, Birani Diop.
A informação foi prestada pelo alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) depois de um encontro com o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), general Altino Carlos José dos Santos, e de uma visita ao centro de operações daquela instituição.
A Assembleia Nacional aprovou, a pedido do Presidente da República, por unanimidade, o envio de um contingente de 500 soldados para a República Democrática do Congo (RDC).
A missão angolana deve assegurar as áreas de acantonamento dos elementos do M23 e proteger os integrantes do mecanismo Ad-Hoc de verificação, na sequência do cessar-fogo entre as tropas governamentais e os rebeldes.
De acordo com Birani Diop, “tivemos uma abordagem detalhada com a alta hierarquia do contingente angolano na RDC para constatar e assegurar que esta unidade esteja em melhores condições para desenvolver as actividades incumbidas”.
Disse que a ONU congratula-se com a disponibilidade angolana do envio de efectivos militares para a paz na RDC.
Salientou não haver ainda nenhuma confirmação da data efectiva para o desdobramento dos efectivos angolanos na RDC, porém há garantias de celeridade para que a força esteja no terreno tão logo seja possível.
O funcionário da ONU declarou terem sido discutidas também a necessidade de uma colaboração necessária entre a missão da ONU na RDC (MINISCO) e as forças da comunidade da África Oriental e encontrar vias a seguir para o alcance das metas preconizadas.
A mediação angolana do conflito no Leste da República Democrática do Congo (RDC) resultou num acordo de cessar-fogo naquela região, desde 7 de Março deste ano.
Numa mini-cimeira sobre a paz e segurança na região dos Grandes Lagos, realizada em Addis Abeba, Etiópia, a 17 de Fevereiro de 2023, os chefes de Estado e de Governo africanos mandataram" Angola, em coordenação com o ex-Presidente do Quénia, Uhuru Kennyatta, facilitador designado pela Comissão da África Oriental, para manterem contacto com a liderança do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23).
O M23 foi criado em 2012 quando soldados da RDC se revoltaram pela perda do poder do seu líder, Bosco Ntaganda, processado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e por supostos incumprimentos do acordo de paz de 23 de Março de 2009, que dá nome ao movimento. JFS / OHA