Lisboa (Portugal) - A comissária da União Africana Josefa Sacko assegurou, nesta quarta-feira, em Lisboa, que a investigação científica deve ser a base da política e da tomada de decisões, para permitir compreender e gerir, de forma sustentável, os oceanos e mares do continente.
A embaixadora falou no painel sobre o tema: “acelerar a inovação, ciência e tecnologia e promoção do envolvimento de mulheres e jovens nos oceanos e mares de África, no contexto da década oceana”, à margem do evento dos oceanos, sob a égide das Nações Unidas, numa co-organização de Portugal e Quénia.
“Permita-me ser clara, a inovação nem sempre é tecnológica, também pode ser de natureza social, onde melhoramos os sistemas e os tornamos mais resilientes”, sustentou.
De acordo com a comissária da UA, as mulheres nas comunidades costeiras estão a trabalhar para reduzir a perda de nutrientes e o desperdício de alimentos de maneiras inovadoras. Entretanto, enfrentam a crise da poluição plástica, que deve merecer atenção de ferramentas tecnológicas, para garantir a segurança no mar.
“É hora de pararmos de considerá-las como um passivo e, em vez disso, dar-lhes o espaço e os recursos de que precisam para contribuir para o avanço do nosso continente”, afirmou.
Defendeu o desenvolvimento de mecanismos, plataformas e sistemas de apoio para mulheres e jovens, com capacidade de patentear ideias e direitos de propriedade intelectual, com acesso a laboratórios e locais onde possam mexer com suas ideias e com recursos financeiros e outros.
Por outro lado, reconheceu que o continente foi atingido pelos impactos desastrosos da pandemia da Covid-19, incluindo a crise Ucrânia/Rússia e os repetidos eventos climáticos, tais como, enchentes e secas, levando as economias dependentes de “commodities” a estarem vulneráveis a choques exógenos .