Luanda - O comandante da Marinha de Guerra Angolana (MGA), almirante Valentim António, defendeu esta quarta-feira, em Luanda, maior segurança marítima na região africana e noutras regiões, tendo em conta o livre comércio e o consequente desenvolvimento da economia mundial.
O almirante falava em conferência de imprensa sobre a quinta edição do Exercício Naval Grand African Nemo, cuja fase zonal A, coordenada por Angola, inicia quinta-feira na República Democrática do Congo (RDC).
Segundo o comandante, deve-se ter em conta a segurança marítima como um dos elementos fundamentais para a economia mundial, pelo que é necessário aproveitar, ao máximo, as plataformas navais, no sentido de fazerem mais em relação a sua tarefa, assim como outros mecanismos que possam auxiliar no conhecimento situacional marítimo.
Neste quadro, defendeu a implementação de parcerias, trocas de informações entre os países, bem como a interligação entre portos, por formas a trabalharem com base em factores combinados e transformar as rotas marítimas mais seguras para as trocas comerciais que se impõem.
Referiu que o país está engajado nesta estratégia, pois as suas rotas marítimas oferecem segurança e, como coordenadora da zona A, Angola tem um papel importante a desempenhar no que toca a região do Golfo da Guiné.
“Sem esse domínio, não podemos saber o que se passa no nosso mar. E se Angola proteger, der segurança ao seu mar, também estará a contribuir para a segurança mundial”, disse, sublinhando que pelo país, na zona atlântica, passam várias rotas marítimas.
Quanto ao exercício, considerou importante para ajudar no combate a acções negativas que restringem o tráfego nessa área estratégica do continente e enfraquecem a economia mundial.
Adiantou ser com base no treinamento que se chega à excelência, pelo que realçou o combate às ameaças que emergem do mar, sobretudo ligadas à pirataria, roubo armado a navios, poluição marinha criminal, pesca ilegal, contrabando de droga, de arma e de seres humanos.
O Grand African Nemo é um exercício anual consubstanciado ao código de conduta de Yaoundé (Camarões) dirigido às forças navais dos países do Golfo da Guiné, tendo em conta a segurança marítima e o comércio na região e não só.
O mesmo comporta as fases nacional e zonal, sendo está última dividida pelos Estados membros em Zona A (Angola, República do Congo e RD Congo), Zona D (São Tomé e Príncipe, Camarões e Gabão), Zona E (Togo, Benin e Nigéria), Zona F (Serra Leoa, Libéria, Cote d’Ivoire e Ghana) e Zona G (Cabo Verde, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau e República da Guiné).
Os treinos contam a parceria de países do Atlântico Norte e Sul, nomeadamente os Estados Unidos da América, Inglaterra, França, Itália, Espanha e o Brasil. VC/SC