Luanda – O comandante da Marinha de Guerra Angolana (MGA), Valentim António, defendeu esta sexta-feira, em Luanda, a necessidade de uma maior proactividade dos países para contrapor as ameaças marítimas, num mundo complexo e de rápidas mudanças.
Ao intervir na abertura do exercício Obangame Express 2024, o responsável referiu que “hoje nenhum país, de forma isolada, é capaz de dar resposta às inseguranças marítimas”.
De acordo com o comandante, esta cooperação deve desenvolver-se tanto no domínio da formação interna regional, como global, tendo em consideração que os mares jogam um papel importante para as nações.
Valentim António referiu que “o mar é um elemento aglutinador, não separa, mas une os povos, possuindo riquezas como hidrocarbonetos, recursos haliêuticos, minerais, bem como servem como grande via de comunicação”.
Nesta conformidade, prosseguiu, devem merecer uma grande atenção e monitoramento obrigatório para segurança de todos.
Sublinhou que, tal como no passado, o homem continuará a explorar esses recursos, mas impõe-se e é recomendável que a mesma seja de forma consciente e sustentável e não irracional, tal como acontece, colocando em perigo e comprometendo a existência humana.
Valentim António referiu que do mar emergem muitas ameaças, como a pirataria marítima, roubo a navios, contrabandos e tráficos diversos, poluição marinha criminosa, sendo que umas actuam de forma muito aberta contra a circulação dos navios.
Disse que outras (ameaças) são qualificativamente dissimuladas e de difícil detenção, provocando altos danos aos Estados e suas populações.
Portanto, prosseguiu, estas situações levam a compreender a necessidade da existência de acções de vigilância mais ostensivas no sentido de proteger as riquezas e impedir que a livre circulação dos navios seja comprometida.
Nesta conformidade, referiu, “as marinhas deverão estar prontas, tal como exigem os diplomas das Nações Unidas, da União Africana e das organizações regionais”.
Obangame Express é um exercício realizado, anualmente, no âmbito do Código de Conduta de Yaoundé, Camarões, que versa sobre a segurança marítima no Golfo da Guiné, onde fazem parte 17 países e está subdividido em cinco zonas, nomeadamente A, D, E, F e G.
A zona A é coordenada por Angola e estão integrados mais cinco países, nomeadamente Congo Brazzaville, República Democrática do Congo (RDC), República Centro-Africana (RCA), Rwanda e o Burundi. Estes três últimos foram inseridos recentemente, aquando da realização da última reunião dos chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), em Kinshasa, RDC. MGM/SC