Menongue – Seiscentos e 13 mil 909 metros quadrados foram limpos de minas e outros engenhos explosivos, entre Janeiro e Junho deste ano, na província do Cuando Cubango, contra 990 mil e cinco do igual período de 2021.
Trata-se de zonas clarificadas nos municípios de Manongue, Cuito Cuanavale e Mavinga, onde foram removidos e destruídos um total de 477 minas anti-pessoal e 393 anti-tanques, que dificultavam a circulação de pessoas e bens nas respectivas localidades do interior da província do Cuando Cubango.
Em declarações hoje, quarta-feira, à imprensa, o representante da Agência Nacional de Acção Contra Minas (ANAM) no Cuando Cubango, Marcial Cativa, informou que durante o primeiro semestre foram destruídos mil 315 engenhos explosivos e cinco mil 478 munições diversas.
Segundo o responsável, já em 2021, com uma área limpa de 990 mil e cinco metros quadrados, foram removidos e destruídos mil 449 minas anti-pessoal, 514 minas anti-tanque, dois mil 591 engenhos explosivos e dois mil e 882 munições diversas nos municípios de Menongue, Cuito Cuanavale, Mavinga e Cuchi.
Neste período, acrescentou, foram sensibilizados um total de seis mil 414 pessoas, entre crianças e adultos, sobre os perigos de minas.
Marcial Cativa informou que no Cuando Cubango são controlados 256 campos minados já identificados, destes 153 estão no projecto de Conservação Transfronteiriço Okavango - Zambeze (KAZA), onde engloba os municípios do Cuito Cuanavale, Mavinga, Nankova, Dirico e Rivungo, onde 26 áreas já estão a ser desminadas.
O responsável informou que a província conta, neste momento, cinco operadoras de desminagem, designadamente a organização não governamental britânica, The Halo Trust, o Instituto Nacional de Desminagem (INAD), brigada de Engenharia Militar das Forças Armadas Angolanas (FAA), da Polícia de Guarda Fronteira (PGF) e a SOC.
Dificuldades e áreas mais contaminadas com minas
Conforme Marcial Cativa, a Halo Trust está a efectuar trabalhos de desminagem no troço Cuito Cuanaval/Mavinga, sendo que as demais operadoras estão com problemas de meios de transportes, apesar de terem recursos humanos disponíveis para o efeito.
O responsável aponta os municípios do Cuito Cuanavale e Mavinga como os mais minados, tendo em conta o histórico de guerra que o Cuando Cubango sofreu.
Por isso, informou que os operadores necessitam de mais financiamento para darem resposta ao processo de desminagem em toda extensão da província do Cuando Cubango, na perspectiva da redução do risco de mina.
Marcial Cativa apontou ainda como dificuldade, a remoção, pela população, de placas de sinalização de perigo de minas nas áreas já identificadas, para posterior intervenção, apesar de constantes actos de sensibilização levado a cabo nas escolas, comunidades rurais e nas igrejas, para desencorajar tal prática.
A ANAM, que substitui a Comissão Nacional Multissectorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH), é um órgão que coordena e fiscaliza todas as acções de desminagem, assistência às vítimas e educação contra risco de minas.