Luanda - A Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas de Conflitos Políticos (CIVICOP) recolheu, até ao momento, mais de 700 amostras que se encontram em fase de exames laboratoriais, informou, esta terça-feira, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Marcy Lopes.
De acordo com o governante, que falava à margem da 1ª reunião de 2024 da Comissão, até à presente data foram já entregues nove (9) corpos às respectivas famílias.
Marcy Lopes explicou que foram feitas várias diligências em todo o território nacional, especificamente em locais onde a Comissão tomou conhecimento sobre a existência de corpos de pessoas falecidas ao abrigo dos conflitos políticos.
Para o efeito, acrescentou, “temos contado com a colaboração de cidadãos e de organizações que possuam informações relevantes para que o trabalho da Comissão seja bem sucedido”.
Disse ainda que “o trabalho está a seguir o seu curso normal, dai que tão logo existam resultados científicos das análises laboratoriais feito às ossadas serão identificados os familiares para que possam realizar funerais condignos, sempre com a ajuda e colaboração da Comissão".
O ministro disse ser um serviço aturado que necessita de confirmações, dai a sua sensibilidade.
Quanto à ausência dos membros da Unita, o ministro referiu que os mesmos foram convocados a estarem presentes na reunião, por legalmente fazerem parte da mesma, porém demarcaram-se.
Por sua vez, o deputado do MPLA, Mário Pinto de Andrade, mostrou-se satisfeito com o trabalho desenvolvido pela CIVICOP até ao momento, acrescentando ser necessária a sua continuação.
O encontro serviu para apresentar as actividades realizadas por cada comissão de especialização e analisar o programa de acções a serem desenvolvidas pela CIVICOP ao longo do primeiro semestre deste ano.
A CIVICOP foi criada em 2019, por orientação do Presidente da República, João Lourenço, com vista a elaborar um plano geral de homenagem às vítimas dos conflitos políticos que ocorreram, em Angola, entre 11 de Novembro de 1975 (dia da Independência) e 4 de Abril de 2002 (fim da guerra).
O Plano de Reconciliação em Memória às vítimas de Conflitos Políticos prevê, entre outras questões, a emissão de certidão de óbito e a construção de um memorial único para todas as vítimas dos conflitos registados no país. FMA/SC