Bujumbura - A Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) exortou, esta segunda-feira, as autoridades civis e militares sudanesas a promover o diálogo e a concertação para solução da crise política agravada com o recente golpe de Estado no Sudão.
De acordo com um comunicado, chegado à ANGOP, a CIRGL tomou conhecimento do desenvolvimento preocupante do processo de transição política na República do Sudão, que resultou na detenção do Primeiro-ministro, Abdallah Hamdock, membros do Governo e da sociedade civil, assim como a suspensão do acesso à Internet e aos demais meios de comunicação social.
A CIRGL apela à liberação imediata de todos os detidos e ao respeito rigoroso pelos direitos humanos e liberdades fundamentais.
A Conferência exorta, ainda, às autoridades civis e militares do Sudão a apostarem no diálogo e na concertação, tendo sempre como referência a Carta Constitucional para o período de transição, assinada a 4 de Agosto de 2019.
O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de Presidente em Exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), tem desenvolvido intensa actividade diplomática em prol da estabilidade e segurança regional.
Por último, a CIRGL apela às Forças Armadas do Sudão a garantirem o compromisso de liderar a transição democrática até à realização de eleições, livres, justiças e transparentes em Julho de 2023, para a transferência do poder a um governo civil eleito democraticamente.
São membros da CIRGL, além de Angola, Burundi, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Rwanda, Uganda, Zâmbia, Quénia e República do Congo.
Situação no Sudão
Abdel-Fattah Burhan, o general que lidera o golpe de Estado, anunciou a dissolução do Conselho Soberano que governava o país desde a queda de Omar al-Bashir.
Num discurso televisivo, o general disse que as disputas entre as facções políticas levaram os militares a intervir e que um novo Governo tecnocrata conduzirá o país até as eleições.