Luanda - O desafio de lançar um novo caminho para que o continente africano deixe de ser um espaço de exploração, insegurança e migração em massa é um dos objectivos da Cimeira Itália-África, iniciada domingo, em Roma, com a participação de Angola.
No evento, em que participam vários Chefes de Estado e de Governo africanos, Angola está presente com uma delegação chefiada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, em representação do Presidente da República, João Lourenço, de acordo com uma nota de imprensa endereçada à ANGOP.
A nota refere que entre outros assuntos, o fórum está a discutir o "Plano Mattei", avaliado anualmente em 2,8 milhões de euros (1 euro equivale a Kz 900), que pretende "eliminar as causas que levam os emigrantes a abandonar as suas terras, raízes culturais e família para procurar uma vida melhor na Europa”.
O plano, com duração de quatro anos e actualizável e co-financiado por vários países europeus, inicia este ano e serve para combater a preocupante propagação do radicalismo islâmico.
O mesmo foi apresentado numa conferência de imprensa do Conselho de Minisros pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, logo após a sua tomada de posse, em Outubro de 2022.
O “Plano Mattei” tem, primordialmente, como áreas de acção a cooperação para o desenvolvimento, passando pela promoção de exportações e investimentos, educação e formação profissional, investigação e inovação, saúde, agricultura e segurança alimentar, abastecimento e exploração sustentável dos recursos naturais, protecção ambiental e luta contra as mudanças climáticas.
Além disso, aposta na modernização e no reforço das infra-estruturas, incluindo as digitais, bem como a valorização e o desenvolvimento da parceria energética no domínio das fontes renováveis e o apoio ao empreendedorismo, em particular dos jovens e das mulheres.
Segundo o documento, com este evento, a Itália quer que as oportunidades económicas do "continente berço" sirvam aos africanos.
Cinquenta e sete delegações, incluíndo líderes da União Europeia, representantes do Banco Mundial e de outras agências de desenvolvimento das Nações Unidas, entre outras entidades, estão presentes na cimeira, que tem como foco principal o "Plano Mattei”, em homenagem ao fundador da petrolífera italiana ENI, Enrico Mattei. FMA/VIC