Menongue - Os dois cidadãos que beneficiaram do indulto presidencial na província do Cuando e Cubango prometeram, nesta quinta-feira, um comportamento exemplar e digno no quadro da sua nova rotina social.
Em declarações à imprensa, no final da cerimónia oficial de soltura, João Cassanga, solteiro de 36 anos de idade, pai de seis filhos, que tinha sido condenado por quatro anos de prisão efectiva pelos crime de uso, posse e venda de estupefaciente, agradeceu por ter sido abrangido pelo gesto do Presidente da República, manifestando alegria por ter sido um dos dois contemplados.
Visivelmente emocionado, o jovem, que já cumpriu dois anos e dez meses, afirmou que doravante terá uma vida mais digna e totalmente livre de qualquer acção criminal, tendo apelado aos demais jovens para que abracem uma conduta socialmente útil, primando pelo estudo e trabalho.
Por seu turno, Mucas Luanda, de 24 anos de idade, condenado a dois anos e seis meses pelo crime de furto qualificado, tendo já cumprido dois anos, disse estar totalmente arrependido e pronto para abraçar os novos desafios da vida distante do crime e de outras práticas contrárias à harmonia social.
“Felizmente não esperava por essa surpresa, só tenho de agradecer a Deus e tudo farei para ter uma vida com maior valor na sociedade”, sublinhou.
Na sua intervenção, o juiz presidente do Tribunal de Comarca de Menongue, Jones Paulo, instou a população penal, de forma geral e aos beneficiários do indulto, a fazerem desta um símbolo de extrema importância para as suas vidas.
“Vão se juntar aos familiares e a comunidade em geral, num sinónimo de ressocialização, por terem demonstrado bom comportamento e que ao se juntarem à comunidade, não representarão qualquer perigo.
Por isso, devem dedicar-se às boas práticas e tudo fazer para não regressarem à prisão”, aconselhou.
Para os demais, o magistrado exortou ao bom comportamento, na esperança de que nos próximos eventos nacionais possam ser contemplados.
Por seu turno, o chefe de secção de comunicação institucional e porta-voz dos serviços prisionais no Cuando e no Cubango inspector prisional chefe Albano Cameia Sapato, afirmou que na unidade penitenciária de Menongue estão internados 766 reclusos, sendo 268 detidos preventivamente e 498 reclusos condenados.
Informou que o estabelecimento tem uma capacidade de 500 lugares, tendo, nesta altura, uma superlotação de 266 reclusos. MSM/ALK/PLB