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Chefe de Estado quer cooperação mais funcional com África do Sul

     Política              
  • Luanda • Quinta, 12 Dezembro de 2024 | 12h54
Presidente da República, João Lourenço
Presidente da República, João Lourenço
Pedro Parente-ANGOP

Luanda – O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, propôs, esta quinta-feira, em Pretória, uma avaliação técnica, o mais rapidamente possível, dos acordos assinados entre Angola e a África do Sul, de modo a torná-los funcionais, mais eficientes e fundamentais.

O Chefe de Estado discursava na abertura das conversações oficiais entre os governos dos dois países, no quadro da visita de Estado que efectua à pátria de Nelson Mandela, visando o reforço da cooperação.

Neste contexto, realçou a necessidade das partes colocarem em marcha o acordo entre ambos governos sobre o estabelecimento de uma Comissão Bi-nacional, que devia ter realizada a sua primeira sessão em Luanda em 2019, mas que, por razões de várias ordens, nunca aconteceu, propondo que tenha lugar no primeiro semestre de 2025, em Luanda.

O Presidente João Lourenço referiu haver também necessidade de se realizarem, com maior frequência, reuniões da Comissão Bilateral de Cooperação para a dinamização da cooperação económica e do intercâmbio empresarial entre Angola e África do Sul em importantes sectores da vida nacional de cada um dos países.

“Penso ser o momento oportuno para passarmos em revista questões relevantes ligadas aos diversos domínios da nossa cooperação e definirmos estratégias que nos permitam concentrar a nossa acção e esforço nestes sectores, de modo a conseguirmos uma verdadeira complementaridade na base do maior potencial existente em cada um dos nossos países”, defendeu.

Assinalou que os últimos anos de cooperação foram “bastante proveitosos”, permitindo a realização de múltiplas acções de intercâmbio em diferentes domínios, com resultados que merecem uma apreciação positiva.

Este cenário, de acordo com o Chefe de Estado, demonstra que Angola e África do Sul têm a firme e clara vontade de elevar as relações bilaterais a níveis superiores aos existentes.

Por isso, afirmou que constitui uma grande honra efectuar a presente visita, e é cada vez mais urgente e necessário que os encontros com o homólogo Cyril Ramaphosa aconteçam com maior frequência, para abordagem de assuntos primordiais relativos à paz e segurança, ao desenvolvimento e bem-estar dos cidadãos de ambas nações, da região austral da África e do continente africano, no geral.

Investimento

O Presidente considerou que o investimento sul-africano em Angola vem crescendo de forma satisfatória, com a entrada para o mercado angolano das grandes empresas deste país, que trazem consigo um valor acrescentado para importantes sectores da economia nacional como o financeiro, as telecomunicações, os transportes, logística e distribuição, facto que merece da parte angolana todo apreço.

“Tendo em conta a reconhecida experiência e capacidade do empresariado sul-africano e o exponencial crescimento deste sector em Angola, considerou necessário e imprescindível que conjuntamente trabalhemos para que continuemos a identificar potenciais áreas de parceria para a promoção do investimento e melhoria da competitividade das empresas nos dois países”, referiu.

Durante o seu discurso, destacou a necessidade do incremento da relação bilateral em outros sectores, como dos recursos minerais, petróleos e gás, da saúde, da cultura, dos desportos, da educação e do ensino superior.

Nesta sectores, disse que Angola veria com bons olhos o reforço de parcerias que facilitem a troca de experiência e a formação dos quadros angolanos naqueles domínios onde a África do Sul tem comprovada experiência, conhecimentos e o volume de recursos não negligenciado.

Manifestou a esperança de que esta visita possa relançar e dinamizar a cooperação económica e o intercâmbio empresarial entre Angola e a África do Sul, tendo como base a igualdade e a reciprocidade de vantagens.

As relações de cooperação entre Angola e África do Sul têm bases históricas e estratégicas sólidas, derivadas do apoio mútuo durante os períodos de luta pela independência e contra o apartheid.

Os dois países assinaram o Acordo Geral de Cooperação Económica, Científica, Técnica e Cultural, em 1998, em Luanda.

Foram igualmente assinados vários outros instrumentos jurídicos de cooperação entre os dois países, dos quais se destaca a criação da Comissão Bilateral de Cooperação no ano de 2000, um mecanismo diplomático de crucial importância que nos últimos anos tem sido o principal meio de interacção, com a realização, alternadamente em Pretórios e Luanda, de quatro sessões até o momento, que permitiram a efectivação de acções de cooperação.AFL/RB/ART





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