Luanda - O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (CEMGFAA), Altino dos Santos, exaltou, esta quinta-feira, em Luanda, a coragem e dedicação, enquanto militares no activo, de 42 oficiais generais e almirantes licenciados à reforma hoje.
Ao discursar na cerimónia de despedida desses quadros, o general de aviação sublinhou que os mesmos se viram obrigados a abandonar voluntariamente as suas famílias para se dedicarem exclusivamente ao cumprimento do dever militar em contexto difícil.
"É com muita satisfação que realizamos esta cerimónia de homenagem a oficiais generais e almirantes das FAA que, após brilhante trajectória militar, inteiramente dedicada à defesa do solo pátrio, terminam a sua carreira de cabeça erguida e com o sentimento de dever cumprido", disse.
Acrescentou que em diferentes épocas e circunstâncias, destacados jovens angolanos de que são parte considerável esses oficiais generais e almirantes, actuaram num momento em que se desenhavam complexos cenários à volta do mundo, com Angola, na altura, como um dos cruciais pontos focais na geopolítica internacional.
"Naquele contexto difícil, foi extremamente complicado os dias e noites passados fora da família, de velhos colegas e amigos de infância, deixados, muitas vezes, na angústia e no desespero de quem advertidamente partiu para caminhos insinuosos e de incertezas incalculáveis", recordou.
Terminada essa gloriosa etapa da vida, realçou, "a Pátria traz-vos hoje de volta à casa, orgulhosa e feliz da vossa nobre missão cumprida em sua defesa.
Altino dos Santos salientou que, infelizmente, não foi esse o destino para muitos dos companheiros que deram o melhor de si em sacrifício da própria vida para que fosse conquistada, defendida e preservada, com todos os riscos, a independência nacional e a paz, e traçado o rumo para o desenvolvimento e progresso do país.
De acordo com o oficial general, a todos esses heróicos filhos de Angola, a Pátria expressa a sua profunda veneração e deseja paz eterna às suas almas.
"Aproveito exprimir às respectivas famílias o nosso voto de confiança e encorajamento pelo nosso nobre propósito de continuarmos a dar o nosso contributo possível pelo cumprimento da missão para a qual deram as suas preciosas vidas", considerou.
Na ocasião e para confortar os 42 reformados, recorreu ao adágio popular segundo o qual "ao subires uma montanha não pares, porque à frente vem outra montanha".
"Diz também o ditado que o principal objectivo de um verdadeiro atleta não deve ser a meta a atingir, mas o profissionalismo que se alcança mediante a contínua superação de metas, que se traduzem nos obstáculos e constrangimentos ao longo das nossas vidas', exemplificou.
Somos, por isso, orientados a encarar a missão com coragem, frontalidade, lealdade e elevado espírito de comprometimento político e patriótico.
De acordo com o Chefe do Estado-Maior General das FAA, o licenciamento da reforma dos militares deve ser visto como uma das mais importantes metas da vida, mas não como a última nem o fim de tudo.
"É apenas um começo para um novo estilo de vida diferente fora dos quarteis e mais próximo das famílias, contribuindo em vários sectores para o desenvolvimento do país", referiu.
Para o passado, consolou, ficam as lembranças inapagáveis de um tempo partilhado em comum, entre sacrifícios, suores e muitas vezes sangue, enquanto se tinha esperança de um amanhã cada vez melhor.
"Graças ao sacrifício consentidos, do general ao soldado, suporte, hermenêutica e ricas tradições de luta e vitórias do nosso povo, temos hoje o privilégio de contar com um país que nos orgulha e se orgulha do seu passado, dos seus filhos e da sua história", avançou.
Descreveu que as vidas desses reformados foram marcadas por um serviço exemplar de liderança inigualável e dedicação incansavel, atravessando décadas de serviço e a enfrentarem desafios complexos e adversidades, que mudaram as FAA o carácter da Nação.
"Cada batalha, cada decisão e cada sacrifício, mudaram o curso da história, e hoje é justo reconhecer o legado que deixaram", reconheceu o general de aviação.
Enquanto se preparam para abraçar uma nova fase das vossas vidas, vincou, saibam que a vossa influencia perdurarão e as vossas experiências serão transferidas como lições, inspirando futuras gerações a perseguirem a excelência, a coragem e o comprometimento que vocês personificam.
Lembrou que, embora esse capítulo militar chega ao fim, a missão de servir a Pátria nunca termina, e que essa reforma é o início de uma jornada renovada, onde as habilidades e sabedorias desses continuem a iluminar os caminhos das gerações vindouras.
"Em nome de uma Nação eternamente grata, expresso profunda gratidão pelas vossas contribuições notáveis e que as próximas fases das vossas vidas sejam repletas de realizações e alegria merecida", anotou.
Fez votos de que o legado que estes construíram seja uma fonte eterna de inspiração a todos os demais cidadãos, pelo que agradeceu a dedicação incomparável, vaticinando que cada amanhecer traga consigo a certeza de que enquanto descansam as fardas, o espírito indomável de serviço continua a vigorar.
"A Nação vos agradece, nossos camaradas. Vocês saíram, não nos abandonaram. Finalmente, exorta-nos todos a continuar e a preservar a tradição das instituições militares que servimos e dignificar os mesmos complexos e momentos de adversidades", finalizou Altino dos Santos.
Na ocasião, os 42 reformados receberam medalhas e certificados de mérito, numa cerimónia que contou com momentos culturais e a presença de generais e almirantes no activo, o reverendo juíz presidente do Tribunal Militar, familiares dos reformados, dentre outras individualidades.
SL/MDS