Dallas (Dos enviados especiais) - O Presidente da República, João Lourenço, anunciou, esta terça-feira, em Dallas, Estados Unidos da América (EUA), que a província de Cabinda será a 11ª a estar ligada à rede nacional de energia eléctrica.
Falando no Diálogo de Alto Nível sobre Crescimento Sustentável e o Futuro Energético de África, inserido na 16ª Cimeira Empresarial EUA-África, o estadista angolano disse que, desta forma, Cabinda deixará de depender de combustíveis fósseis para produzir energia eléctrica.
Para João Lourenço, esta é mais uma demonstração de que a contribuição de Angola para a transição energética já está a acontecer e que, com algum sucesso, vai reduzindo a emissão de carbono para a atmosfera no processo de produção de energia eléctrica.
Notou que 74 por cento da energia produzida, em Angola, já é de fonte não dependente de combustíveis fósseis, dominando a produção de energia a partir de fontes hidroeléctricas, seguidas das fotovoltaicas.
Neste sentido, informou aos presentes que o país possui três barragens hidroeléctricas e está a construir a maior delas que é a de Caculo Cabaça.
Actualmente, afirmou, o volume de produção está acima dos seis mil megawatts e o desafio, embora o país continue preocupado em aumentar a produção, é fazer chegar esta energia à grande parte dos consumidores angolanos, através das linhas de transporte.
Lembrou que, das 18 províncias do país, apenas 10 estão ligadas à rede nacional.
João Lourenço referiu que o outro desafio passa pela necessidade de contribuir com esta produção energética para a redução do défice deste produto na região austral do continente africano.
Por isso, deu a conhecer que Angola está a trabalhar com o sector privado e instituições de crédito para financiarem a linha de transportação de energia que vai ligar a rede da SADC, a partir da localidade Ruacaná, na Namíbia, com cerca de 400 quilómetros de extensão.
Está igualmente a convidar os investidores privados a investir numa linha de cerca de 1.300 quilómetros para levar energia da Bacia do Kwanza para os países vizinhos, como a Zâmbia e a RDC, bem como para o Corredor do Lobito.
O Presidente João Lourenço figura entre as entidades governamentais de África convidadas para a cúpula, que vai discutir, durante quatro dias, soluções para impulsionar a cooperação comercial entre norte-americanos e africanos.
A cimeira é uma iniciativa que visa discutir soluções eficazes para impulsionar parcerias comerciais sustentáveis entre os EUA e o continente africano, que se mostra cada vez mais estratégico e prioritário na política externa da Administração norte-americana.
O objectivo principal do encontro é possibilitar que os líderes africanos contactem, de forma directa, os decisores de governos e do sector privado, a fim de se impulsionar parcerias empresariais sustentáveis entre os EUA e os africanos.
A organização da cimeira prevê levar à mesa temas de importância capital para o fortalecimento de parcerias empresariais mutuamente vantajosas, com particular destaque para o sector do agronegócio.
Espera-se que os países africanos estabeleçam pontes e parcerias para darem maior consistência aos seus projectos de desenvolvimento, atraindo investidores dos EUA para os campos agrícolas, um dos principais motores de crescimento das economias do continente.
A 16ª Cimeira Empresarial EUA-África serve para aprofundar a questão das opções de financiamento disponíveis, por meio do Governo dos EUA e de investidores institucionais, assim como de bancos norte-americanos e africanos.Elj/ART