Luanda - O embaixador do Estado da Palestina em Angola, Jubrael Shomali, disse hoje, em Luanda, que o cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas representa o fim de um conflito que causou milhares de mortes e destruiu muitas infra-estruturas em Gaza.
Jubrael Shomali, que falava à ANGOP a propósito do acordo de cessar-fogo alcançado em Doha entre Hamas e Israel, com a mediação dos Estados Unidos da América, Qatar e Egipto, afirmou que o recente entendimento põe fim a mortes e fome de muitas pessoas, entre crianças e civis.
“O cessar-fogo representa o fim de um conflito iniciado a 7 de Outubro de 2023, que causou milhares de mortes, destruição de infra-estruturas e a resistência do povo palestiniano à sua terra”, frisou.
Após o acordo de cessar-fogo, prosseguiu o diplomata, a Palestina prepara-se agora para acolher a população que regressa à sua terra, bem como está a transferir os doentes e feridos para unidades hospitalares fora da Gaza, uma vez que os hospitais em Gaza, na sua maioria, foram destruídos.
Acrescentou que, com este gesto, o Governo da Palestina demonstra a sua solidariedade às vítimas afectadas pelo conflito, bem como está a preparar-se para dar início ao processo de reconstrução de Gaza.
“O povo palestino, principalmente o da Faixa de Gaza, sofreu bastante com o conflito entre Hamas e Israel e necessita de tudo, desde mantimentos, assistência médico-medicamentosa e tendas resistentes para se abrigarem devido ao inverno e frio, entre outras necessidades”, sublinhou.
Disse que o acordo de paz assinado quarta-feira, 15, prevê a reconstrução da Faixa de Gaza, uma das cláusulas principais do acordo mediado pelos Estados Unidos da América, Qatar e Egipto.
O embaixador disse que igualmente que existem boas perspectivas de longo prazo para a paz entre Hamas e Israel, que tem consenso internacional, e que abrirá caminho para uma paz permanente.
Por sua vez, o embaixador de Israel em Angola, Shimon Solomon, manifestou satisfação e optimismo pelo acordo de paz assinado entre o seu país e o grupo Hamas, cuja implementação prática começou com a libertação de três reféns israelitas pelo grupo Hamas e de 90 palestinos por parte das autoridades israelitas.
“Espero que o processo continue como está a acontecer, e estamos à espera de mais reféns, em conformidade com os acordos assinados”, frisou, o diplomata israelita, acrescentando que até lá vai se trabalhar para outras etapas.
Tal como a Palestina, disse, Israel espera que este acordo ou as cláusulas do acordo sejam cumpridas pelas partes e que o cessar-fogo permita trazer ao país todos os cidadãos israelitas cativos, num total de 90, e Israel também liberte os cidadãos de Gaza.
Referiu também que o cessar-fogo vai permitir e facilitar a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza, desde alimentos, assistência médico-medicamentosa e outros bens que a população necessita.
Shimon Solomon disse que apesar de não ter muitas perspectivas sobre a paz entre Israel e o Hamas, o acordo é uma peça importante para a estabilidade dos dois territórios.
Afirmou que a guerra não era contra a Palestina, mas sim o grupo Hamas que actuava dentro do território da Faixa de Gaza. Por isso, disse esperar que o cessar-fogo, que tem consenso internacional, seja cumprido e implementado com êxito.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo entrou em vigor no domingo, 19, e até agora permitiu a libertação de três reféns israelitas e 90 prisioneiros palestinianos.
Na primeira fase do acordo, realizou-se uma troca gradual de 33 reféns israelitas por mais de mil 900 prisioneiros palestinos. MOY/JM