Brazzaville (Dos enviados especiais) – Os Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica de Estados da África Central (CEEAC) decidiram, esta sexta-feira, em Brazzaville, Congo, apoiar o processo de transição política para a estabilidade no Tchad.
No final da reunião, o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, informou que a Cimeira recomendou o apoio político e financeiro ao processo de transição naquele país, bem como encorajou o diálogo inclusivo para a reconciliação dos tchadianos.
Neste domínio, explicou, não foram estipulados montantes, cabendo ao presidente em exercício da Comissão reunir os Estados membros para mobilizar os fundos necessários, visando o apoio ao processo de transição.
Os responsáveis consideram que a situação no Tchad deve-se, em grande parte, ao mercenarismo, baseado essencialmente no território Líbio, e pedem acções junto do Conselho de Segurança da ONU para a saída destes, de forma a evitar a sua influência negativa nos domínios da paz e estabilidade na região central do continente.
Adiantou que o presidente da CEEAC, o congolês Dennis Sassou Nguesso, foi incumbido de reunir sectores competentes, para debates sobre o fenómeno do terrorismo e do mercenarismo, incluindo o processo do seu recrutamento.
A Cimeira de Brazzaville sobre o Tchad apelou, ainda, à adesão dos Estados membros à Convenção da União Africana sobre o Mercenarismo.
Da mesma forma, congratularam-se com a forma amena como o Tchad e a República Centro Africana (RCA) resolveram um incidente fronteiriço, que terá provocado, segundo a imprensa internacional, a morte de seis militares tchadianos.
A situação de estabilidade política no Tchad agravou-se com a morte, em combate, do Presidente da República, Idriss Déby Itno, em Abril, passando o país a ser governado por um Conselho Militar liderado por Mahamat Idriss Déby, filho do finado estadista.
A Cimeira contou com a presença do Presidente angolano João Lourenço e dos seus homólogos do Congo, Dennis Sassou Nguesso, da RDC, Félix Tshisekedi, e da RCA, Fautin Archange Touaderá, enquanto os outros sete países se fizeram representar por ministros.
Assinalou-se a ausência do líder do Conselho Militar de Transição, Mahamat Idriss Déby.
O Tchad é um país sem acesso ao mar, localizado no centro-norte de África. Faz fronteira com a Líbia a norte, com o Sudão e Sudão do Sul a leste, com a República Centro-Africana a sul, com Camarões e Nigéria a sudoeste e com o Níger a oeste.
A par do Tchad, são membros da CEEAC Angola, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, República do Congo, Republica Democrática do Congo, Gabão, Guiné Equatorial, Rwanda e São Tomé e Príncipe.
As metas da Comunidade Económica dos Estados da África Central, criada 1983, em Libreville, Gabão, são a cooperação pelo desenvolvimento auto-sustentável, com particular ênfase, para a estabilidade económica e na melhoria da qualidade de vida.