Luanda - O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom Manuel Imbamba, defendeu, esta segunda-feira, em Luanda, um diálogo permanente entre os políticos, para a edificação do país e solidificação das conquistas alcançadas com a paz.
“Estamos a viver um ambiente político que demonstra um certo nervosismo e que requer uma intervenção da igreja para se estabelecer uma base de diálogo entre os políticos, no sentido de desenvolverem acções conjuntas de educação para a paz e cidadania, bem como um lugar onde todos os angolanos nos sintamos bem", afirmou.
Em declarações à imprensa, à saída de uma audiência com a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, o também arcebispo de Saurimo afirmou que o ambiente político actual “revela alguma fricção, um certo nervosismo, marcado pelo uso inapropriado de alguma linguagem que não ajuda a criar um sentimento de paz social e acolhimento que ajuda a trabalhar para a cidadania consciente que se deseja”.
Por outro lado, Dom Manuel Imbamba reafirmou, em nome da Igreja Católica, total apoio ao Executivo em prol do desenvolvimento da comunidade.
Manifestou também a disponibilidade da igreja em continuar a trabalhar com o Executivo, no âmbito do Acordo-Quadro rubricado entre o Governo angolano e a Santa Sé.
Para o presidente da CEAST, é com o diálogo, a busca de consenso, o convívio inteligente e vontade política que os angolanos poderão atingir os objectivos almejados.
Angola e a Santa Sé assinaram, a 13 de Setembro de 2019, no Vaticano, um Acordo-Quadro que prevê o reconhecimento da personalidade jurídica da Igreja Católica no país e a titularidade dos seus imóveis.
O objectivo é que todas as instituições católicas no país, como dioceses, congregações religiosas e escolas, sejam reconhecidas pelo Estado angolano.
A CEAST, que é a assembleia dos bispos católicos de Angola e São Tomé, tem a sua sede em Luanda. FMA/SC