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Casos de violência doméstica inquietam mulheres parlamentares

     Política              
  • Luanda • Quinta, 08 Dezembro de 2022 | 15h58
Primeiro vice-Presidente da Assembleia Nacional, Américo Cuononoca
Primeiro vice-Presidente da Assembleia Nacional, Américo Cuononoca
Nelson Malamba

Luanda – A desestruturação de famílias e o aumento de casos de violência doméstica estão entre as maiores preocupações do Grupo de Mulheres Parlamentares, afirmou esta quinta-feira o vice-presidente da Assembleia Nacional, Américo Cuononoca.

Ao falar na abertura do workshop sobre os 16 dias de activismo  pelo fim da violência contra as mulheres e raparigas, Américo Cuononoca colocou maior realce para a violência física, psicológica, laboral, económica, patrimonial e sexual.

Avançou que foram registados, em 2021, dois mil 929 casos de violação dos direitos da mulher, sendo 1.604 casos de abandono familiar, 759 de violência psicológica, 170 de violência sexual e 87 de violência física.

Américo Cuononoca afirmou, na ocasião, que o combate à violência doméstica requer mudanças de mentalidade, por via da educação das meninas quanto aos casamentos prematuros, às gravidezes precoces, ao assédio sexual e outros mecanismos que mitiguem a situação no seio familiar.

Defendeu a necessidade do reforço dos mecanismos de protecção social e jurídica das famílias e maior apoio dos serviços especializados no atendimento às vítimas, bem como dos centros de aconselhamento e de reeducação dos agressores.

Disse ser um fenómeno que requer um envolvimento multissetorial (parlamento, Executivo, órgãos de justiça, sociedade civil, autoridades tradicionais e religiosas).

Ao intervir no acto, por videoconferência, a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira afirmou que dados das Nações Unidas referem que em 2021 cerca de cinco meninas ou mulheres foram mortas a cada uma hora.

Trata-se de mortes relacionadas com assassinatos que ocorreram no seio familiar, sendo que duas em cada três mulheres declararam ter sofrido violência ou conheceram alguém que a tenha sofrido. Entretanto apenas 10 por cento foram denunciados.

A realização da campanha “16 dias de activismo pelo fim da violência contra as mulheres“ teve origem em 1991.

Na altura foi organizado pelo centro de liderança global das mulheres que fixou o período de 25 de Novembro a 10 de Dezembro para discutir, reflectir e denunciar as várias formas de discriminação e violência contra as mulheres no mundo.

 



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