Luanda – A embaixadora de França, Sophie Aubert, considerou a aposta no capital humano como um dos principais ganhos da cooperação entre o seu país e Angola, com foco na formação, sustentada pela assinatura do Acordo Geral de Cooperação em 1982.
Em entrevista exclusiva à ANGOP, a ser publicada brevemente, no âmbito do Dia Nacional de França (14 de Julho), Sophie Aubert realçou que, depois da assinatura do Acordo Geral de Cooperação, os dois países começaram a focar-se na formação a nível do ensino superior bem como profissional.
Admitiu não ser fácil fazer um balanço detalhado de 42 anos de cooperação, mas destacou as acções conjuntas realizadas no sector de formação do capital humano, que permitiram aos angolanos formar-se, em França e localmente, através da rede da Escola Eiffel e dos programas de cooperação.
Sophie Aubert salientou ainda como prioridade actual para os dois países a segurança alimentar, a agricultura, a preservação do ambiente e da consolidação de infra-estruturas sustentáveis.
Para ilustrar as acções conjuntas em prol da formação, mencionou um programa do Ministério da Educação que pretende implementar o ensino da língua francesa, a partir da quinta classe, e a formação de professores e de formadores.
Sobre a agricultura, considerou benéfica a parceria da Agência Francesa de Desenvolvimento em matéria de irrigação, renovação dos institutos técnicos agrários e revisão dos seus currículos.
Avaliando três acordos assinados, em 2018, a embaixadora mostrou-se satisfeita com a sua implementação, no sector da aviação civil, com a Air France a realizar, actualmente, cinco voos semanais, ao passo que, no sector do turismo, nem tanto devido à pandemia da Covid-19.
Ainda no plano da agricultura, considerou que várias acções foram realizadas, referindo o acordo sobre a produção agrícola, assinado durante a visita do Presidente Emmanuel Macron, nos dias 2 e 3 de Março de 2023, a Angola.
No capítulo empresarial, Sophie Aubert falou da existência de mais 100 empresas francesas que operam, em Angola, sendo 57 filiais e 54 criadas por franceses que trabalham no país, frisando que, no total, foram criados 15 mil postos de trabalho.
Quanto aos investimentos, a diplomata considerou o seu país como o primeiro investidor, em Angola, com cerca de 40 mil milhões de euros, o que se traduz numa “presença forte e impactante do sector económico francês aqui em Angola”.
Entretanto, afirmou, o comércio entre os dois países tem-se caracterizado por uma variação constante de um ano para outro.
Em 2022, registou-se um total de 3,7 mil milhões de euros no comércio França/Angola, ao passo que, em 2023, se cifrou em 1,9 mil milhões de euros.
França celebra, a 14 de Julho, o seu Dia Nacional, em memória ao episódio histórico da Tomada da Bastilha, em 1789, quando teve início o carácter popular da Revolução Francesa.BS/ADR