Luanda - Os esforços diplomáticos do Presidente da República, João Lourenço, centrados na promoção e defesa da paz, reforçam, cada vez mais, o empenho de Angola na resolução de conflitos, a nível regional e internacional.
Por Valentim de Carvalho, jornalista da ANGOP
O Chefe de Estado angolano tem implementado, nos últimos cinco anos, intensa agenda diplomática e organizado uma série de reuniões e conferências de alto nível, o que reforça a posição de mediação face aos desafios actuais.
No essencial, predominam posições no sentido de uma cultura de paz e diplomacia na busca de soluções para os diferentes conflitos que se registam no continente.
O estadista tem realçado a primazia do diálogo permanente em prol da construção de um continente mais pacificado.
Na qualidade de “Campeão da Paz e Reconciliação em África”, o Presidente destacou, em 2023, por ocasião do primeiro aniversário do Dia da Paz e Reconciliação no continente, que “só é possível alcançar a paz e a reconciliação com acções voltadas à criação do espírito de confiança e de unidade na diversidade para a prevenção, gestão e resolução de conflitos”.
Na sua mensagem, difundida numa sessão virtual do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA), afirmou que os africanos querem ver, num futuro não muito longínquo, o continente economicamente forte e socialmente estável, que supere o analfabetismo, a fome e a miséria, e garanta emprego e bem-estar para os seus filhos.
Enquanto presidente em exercício da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), João Lourenço presidiu a cimeiras e outras actividades, parte das quais no território nacional.
Nesse encontro, versou, igualmente, o diálogo na perspectiva da inclusão e concertação, tendo em vista o alcance de uma paz duradoura na região, em particular, e a nível do continente, de forma geral.
As iniciativas diplomáticas, assim como o empenho pessoal, são notáveis, com realce para a mediação no conflito entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda, na busca da inclusão e estabilidade política na República Centro-Africana (RCA), bem como na integração nos esforços para a paz duradoura em Moçambique.
Foi nesse âmbito, que Moçambique passou a contar com uma força conjunta em estado de alerta da SADC, a actuar em coordenação com as forças armadas moçambicanas.
A título de exemplo, salienta-se a realização, no ano transacto, na capital angolana, da Cimeira Quadripartida sobre os esforços de paz na República Democrática do Congo (RDC), que recomendou, entre outras medidas, a retirada imediata e incondicional de todos os grupos armados, sobretudo o M23, assim como o ADF e o FDL, dos territórios ocupados, como previsto no Roteiro de Luanda de 23 de Novembro de 2022.
O encontro apelou também à criação de corredores humanitários para facilitar a assistência na região.
Refira-se ainda a realização, em Luanda, da Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo, destinada à análise da situação política e de segurança na RDC, e a Reunião de Alto Nível sobre a situação na República-Centro Africana (RCA).
Preocupado com a situação do continente, o Campeão para a Paz e Reconciliação ressaltou, no seu discurso na 78ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Setembro último, os desafios do continente como a luta contra o terrorismo e a necessidade de financiamento para o desenvolvimento.
Frisou que Angola tem procurado contribuir com a sua experiência, em termos de construção da paz, da harmonia e da reconciliação nacional, para a resolução de conflitos que assolam o continente africano, com especial ênfase para o que ocorre na RDC, onde acredita que se poderá construir uma base de confiança entre os beligerantes, que contribua para um abrandamento da tensão na Região dos Grandes Lagos e conduza à tão almejada paz.
Conforme o Presidente, essas diligências para conter a expansão do terrorismo e outras acções de desestabilização implicam custos financeiros que nem sempre os países estão capazes de suportar e que, por isso, podem comprometer o sucesso das operações de pacificação.
Defendeu ser, por isso, essencial reafirmar a necessidade de um financiamento adequado, sustentável e previsível para os esforços na luta contra o terrorismo no continente, pelo que considerou oportuno renovar o apelo às Nações Unidas, particularmente ao Conselho de Segurança, para a utilização de contribuições fixas para operações de apoio à paz mandatadas pela União Africana (UA).
O trabalho desenvolvido pelo estadista angolano levou o Corpo Diplomático acreditado no país a incentivar o Governo a prosseguir os esforços de pacificação das regiões em conflito, em prol da estabilidade do continente.
A posição do corpo diplomático foi manifestada pela decana do grupo e embaixadora do Marrocos, Saadia El Alaoui, durante a cerimónia de Cumprimentos de Ano Novo, tendo destacado o compromisso do Chefe de Estado com a estabilidade em África.
Para o Corpo Diplomático, Angola tem afirmado o seu compromisso com a estabilidade, em África, "em plena consonância com o papel do Presidente João Lourenço de Campeão da Paz e da Reconciliação, designado pela União Africana."
Já na perspectiva internacional, as abordagens versam sobre assuntos relacionados a várias partes do mundo, com destaque para a Europa e o Médio Oriente, além de aspectos ligados ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Sobre a matéria, o Presidente da República reafirmou, na abertura da III Bienal de Luanda, em Novembro último, que o fim do conflito no Médio Oriente passa pela criação do Estado palestino.
Defendeu que a guerra entre Israel e o Hamas só tem uma solução possível, que assenta necessariamente na criação do Estado palestino, tendo reforçado que este pressuposto está vincado nas várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a matéria.
Quanto à Rússia e Ucrânia, considerou que o conflito, no seu conjunto ou mesmo isoladamente, constitui uma séria e inequívoca ameaça à segurança internacional e à paz mundial.
Apontou como prova as consequências que daí derivam na sua dimensão humana, social, económica e política. VC/VIC/ADR