Lobito - O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, manifestou este domingo, em Benguela, a vontade do seu país optimizar as relações bilaterais com Angola, através de parcerias estratégicas.
Falando à imprensa, depois de uma visita à comunidade cabo-verdiana em Benguela, o presidente apontou alguns eixos no sector da economia como muito importantes para alavancar a parceria entre os dois Estados e, a título de exemplo, referiu-se ao dos transportes aéreos, onde as respectivas companhias de bandeira nacionais podem cooperar com mais vigor.
"A companhia cabo-verdiana tem licenças para voar para os Estados Unidos e através desta parceria, as Linhas Aéreas de Angola (TAAG) poderia tirar proveito desta rota", adiantou, ao balancear a sua visita de algumas horas a província de Benguela, onde foi recebdo pelo governador Luís Nunes da Fonseca.
Acrescentou ainda que o seu país tem grande potencialidade e experiência nas áreas do turismo e da hotelaria, onde podem passar os seus conhecimentos a Angola.
Os acordos que o seu país tem com a Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) podem também abrir portas para Angola entrar naquela região, que considera ser um grande mercado.
Em relação às potencialidades de Angola, lembrou o processo contratual sobre o qual o país disponibilizou a Cabo Verde uma grande porção de terrenos agrícolas na Quibala, província do Cuanza Sul, que pode facilitar a vinda de cabo-verdianos para trabalharem e explorarem os terrenos, em benefício dos mercados dos dois países.
Questionado sobre a sua visita à comunidade cabo-verdiana em Benguela, afirmou ser de fraternidade e também para aumentar a auto-estima aos seus compatriotas, salientando que "sendo os cabo-verdianos um povo migratório", devia "como Presidente, fazer estas visitas para dar algum conforto e auscultar os seus problemas".
Jorge Carlos Fonseca destacou ter escutado problemas que se prendem com a disponibilidade de documentação para aquisição de nacionalidade, daqueles que vivem em Angola há mais de 30 ou 40 anos, assim como dos seus filhos que nasceram no país, assim como algumas insuficiências nos serviços consulares e transferências de valores para o seu país.
Com a ajuda do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares, e do embaixador Jorge Figueiredo, considerou ter conseguido tranquilizar a comunidade, com a promessa de se ultrapassarem os problemas com brevidade.