Luanda - O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou, este sábado, o interesse do seu país em trocar experiências sobre políticas de inclusão social com Estados africanos, em especial Angola, mas levando sempre em conta a realidade de cada país.
"A gente não quer impor as nossas regras em nenhum país, o que nós queremos é mostrar que é possível fazer. Adapte essas regras à sua realidade e faça que você vai ter sucesso", vincou Lula da Silva, para quem a "maior arma" nesse desafio é a geração de mais postos de trabalho.
Em conferência de imprensa, o Estadista brasileiro considerou fundamental que os orçamentos dos Estados devem "ter sempre em conta a parte do povo pobre", à semelhança do que ocorreu no seu anterior consulado de governação no Brasil, com destaque para o "programa fome zero".
O Presidente Lula da Silva disse ser
necessário criar condições para que o pequeno produtor possa produzir condignamente, a par da criação de programas de aquisição de alimentos, com o intuito de se reduzir com a fome.
Elogios ao canal do Cafu
O Presidente brasileiro elogiou o Governo angolano pela construção do Canal do Cafu, na província do Cunene, lembrando que no Brasil foi erguido um canal de 640 quilómetros para levar água para 12 milhões de pessoas que vivem nas regiões mais secas daquele país.
Campanha contra a desigualdade
O Presidente da República Federativa do Brasil disse que pretende levar a cabo uma campanha mundial contra a desigualdade, cuja pretensão já foi transmitida ao Papa Francisco.
Disse ser necessário lutar contra a desigualdade de género, de raça, de educação e saúde e, fundamentalmente, resolver o problema de 735 milhões de pessoas que passam fome no mundo.
A par disso, prometeu trabalhar para recuperar a relação frutuosa com Angola e, por outro lado, manifestou-se indignado pelo facto de um país com o tamanho do Brasil não ter, até ao momento, voos que ligam directamente algum destino africano.
A melhor visita de Estado
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou extremamente positiva a visita de Estado que efectuou a Angola, dando à mesma nota 10.
O Estadista brasileiro, que já esteve duas vezes em Angola (visitas de Estado em 2003 e 2007), considerou a visita de 2023 como sendo a melhor que fez.
Agradeceu o carinho do seu homólogo angolano, João Lourenço, para com a sua delegação, que integrou ministros do seu Governo, deputados e empresários brasileiros.
O Estadista brasileiro, que cumpriu desde quinta-feira, uma visita de Estado no país, destinada ao reforço da cooperação bilateral, deverá seguir para São Tomé e Príncipe, para a Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A cooperação entre Angola e o Brasil começou a desenhar-se a 11 de Junho de 1980, com a assinatura do Acordo de Cooperação Económica, Científica e Técnica.
No âmbito desse acordo, os dois países desenvolveram a cooperação bilateral nas áreas da saúde, cultura, administração pública, formação profissional, educação, meio ambiente, desporto, estatística e agricultura.
O Brasil foi o primeiro país do mundo a reconhecer a independência de Angola, proclamada a 11 de Novembro de 1975, pelo então Presidente António Agostinho Neto. DC/AL/ADR