Luanda – O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, assistiu, esta quarta-feira, no Terminal Polivalente do Porto do Lobito, em Benguela, à chegada de um comboio operado pela Lobito Atlantic Railway (LAR), transportando cobre proveniente da República Democrática do Congo (RDC).
O acto faz parte da agenda do último dia da visita do estadista norte-americano a Angola, dedicado, entre outras, para se inteirar do funcionamento desta importante infra-estrutura do Corredor do Lobito.
A actividade foi igualmente testemunhada pelos presidentes de Angola, João Lourenço, República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, Zâmbia, Hakainde Hichilema, Vice-Presidente da Tanzânia, Philip Mpango, cujos países são atravessados pelo Corredor do Lobito.
O cobre foi depois carregado para um navio com destino a New Orleans, nos Estados Unidos, destacando, mais uma vez, o papel estratégico do Corredor do Lobito na ligação entre a África Austral e os mercados internacionais.
Nicolas Gregoir, Director de Operações (COO) da Lobito Atlantic Railway (LAR), apesentou ao Presidente Biden e restantes convidados os progressos da concessão atribuída à empresa, que inclui a gestão integrada da linha férrea do Corredor do Lobito e do Terminal de Minerais do Porto do Lobito.
Ao discursar, terça-feira, no Museu da Escravatura, em Luanda, Joe Biden sublinhou que os resultados da parceria com Angola e África, no geral, permitiram a construção desta ferrovia de acesso ao oceano que conectará o continente de oeste a leste pela primeira vez na história.
Realçou que trata-se de um instrumento que vai reduzir a lacuna de infra-estrutura em benefício dos angolanos, africanos, americanos e do mundo.
“Todos beneficiaremos. Vocês podem produzir muito mais agricultura, por exemplo”, disse, apelando para que se aumente a sua longevidade e o seu impacto económico.
De acordo com Biden, esse projecto não apenas criará empregos significativos, mas também permitirá que os países maximizem seus próprios recursos domésticos em benefício da população, vendam minerais críticos que impulsionam a transformação energética global e os transportem em menos tempo e a um custo menor.
Lembrou que uma carga que antes levava mais de 45 dias para chegar a América agora levará 45 horas. “Isso é uma revolução. Aumenta os lucros. Aumenta as oportunidades”.
Disse, por isso, que o Corredor de Lobito representa a maneira certa de investir em parceria total com um país e seu povo.
Como parte deste projecto, frisou que os EUA vão instalar energia limpa suficiente para abastecer centenas de milhares de lares, expandiremos a Internet de alta velocidade para milhões de angolanos.
Esta concessão tem demonstrado eficiência, sustentabilidade e impacto positivo na exportação de minerais críticos, promovendo o desenvolvimento económico regional e a integração de Angola, da RDC e da Zâmbia no comércio global.
A visita do Presidente Biden a Angola destaca a relevância do Corredor do Lobito como um modelo de excelência logística e de desenvolvimento económico sustentável, permitindo evidenciar o compromisso da LAR com a transformação desta infra-estrutura num pilar indispensável para o comércio global e para a transição energética, ao garantir o fornecimento eficiente de minerais estratégicos como o cobre aos mercados que dele precisam.
Sobre a Lobito Atlantic Railway
Foi atribuída uma concessão de 30 anos à joint-venture do consórcio LAR - Lobito Atlantic Railway, composto pela Trafigura, líder de mercado na indústria global de commodities, Mota-Engil, uma empresa internacional de construção e gestão de infraestruturas, e Vecturis SA, um operador ferroviário independente.
Desde Janeiro de 2024 que a LAR opera, gere e mantém a linha ferroviária que se estende por 1.300 km em Angola, entre o Porto do Lobito e o Luau, no Leste, e que faz a ligação com a rede ferroviária gerida pela Sociedade Ferroviária Nacional do Congo (SNCC) na República Democrática do Congo até Kolwezi, o coração do Cinturão do Cobre.
A LAR explora também o Terminal Mineraleiro do Porto do Lobito, que faz a ligação à linha férrea, o que proporciona um serviço mais rápido e eficiente num dos portos mais descongestionados da costa atlântica.
Emprega mais de 650 colaboradores, divididos entre aAdministração da empresa e as operações ferroviárias e portuárias.
Estes trabalhadores são maioritariamente provenientes dos CFB - Caminhos de Ferro de Benguela e do Porto do Lobito, e prevê-se que cresçam significativamente em número devido ao aumento da actividade da concessionária.
Esta ferrovia possibilitou a existência e o funcionamento de uma rota ocidental mais rápida para o transporte de minerais e metais produzidos no Cinturão de Cobre Congolês.
A linha ferroviária modernizada ajudará também a trazer bens e recursos vitais para a região e apoiará o desenvolvimento empresarial e a actividade comercial ao longo do percurso.
O consórcio LAR é o concessionário da exploração, gestão e manutenção do Corredor Ferroviário do Lobito, que liga Angola à República Democrática do Congo.
Está em curso um estudo de pré-viabilidade separado, apoiado pelos EUA e pela UE, para a extensão da linha férrea do Lobito até ao Norte da Zâmbia. ART