Benguela – Representantes de vários segmentos da sociedade civil, na província de Benguela, começaram já a contribuir para o enriquecimento da “Estratégia de Longo Prazo Angola 2050”, no âmbito da consulta pública lançada pelo Executivo.
Abreviadamente designado por “ELP – Angola 2050”, este documento assenta em cinco eixos, nomeadamente (I) economia diversificada e próspera; (II) infra-estrutura moderna e competitiva; (III) valorização e potencialização do capital humano; (IV) ecossistema resiliente e sustentável e (V) uma nação justa e com igualdade de oportunidades.
Obter contributos dos actores públicos e privados, para a melhoria deste documento que traz a visão global de uma Angola que se quer construir até 2050, é o principal objectivo das sessões de auscultação pública, que já aconteceram nas províncias de Cabinda, do Huambo e do Bié, sob coordenação do Ministério da Economia e Planeamento.
No caso da província de Benguela, a abertura da auscultação pública à “ELP Angola – 2050”, que projecta o desenvolvimento do país nos próximos 27 anos, reuniu terça-feira 184 participantes em representação de instituições de ensino superior, associações empresariais e juvenis, organizações não-governamentais e entidades eclesiásticas.
O acto, realizado no auditório do Centro Sócio-Pastoral Dom Armando Amaral dos Santos, foi orientado pelo ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, na companhia dos dois vice-governadores provinciais de Benguela, designadamente Adilson Gonçalves e Lídia Amaro.
Ao intervir, o ministro da Economia e Planeamento deu a entender que tomou boa nota das contribuições apresentadas pela sociedade benguelense, sobretudo na área da educação e ensino a todos os níveis para a formação de quadros à altura dos desafios do país.
“De facto, reconhecemos essa necessidade de termos uma regionalização dos currículos e é algo que vamos enriquecer o documento”, disse o ministro Mário Caetano João em resposta à intervenção da presidente do Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela, Maria Barbosa.
É nesse contexto que o governante considera uma prioridade rever o sistema de educação em Angola, não só do ponto de vista quantitativo - da inserção de mais crianças no ensino - mas também qualitativo, incluindo a aprendizagem das línguas locais.
“Existe algum desnível na qualidade da educação a ser servida aos nossos alunos de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste”, admite o titular do pelouro da Economia e Planeamento.
Perante este cenário, anunciou que o Governo vai trabalhar com o Banco Mundial para corrigir as debilidades nas quatro grandes dimensões do sistema da educação: o ensino primário, qualidade dos professores, os gestores e as infra-estruturas escolares.
O ministro ainda mostrou concordar com a proposta quer da construção de quadras desportivas nas escolas, quer de creches em todos os municípios do país, por serem fundamentais para se resolver a primeira dimensão do problema, isto é, a qualidade dos alunos da primeira classe.
Por seu lado, a vice-governadora para o sector Político, Social e Económico, Lídia Amaro, referiu que, no quadro da "ELP – Angola 2050", pretende-se afirmar a província como a segunda maior do país em termos de plataforma logística e desenvolver a indústria, através da internacionalização do Porto do Lobito e do Caminho de Ferro de Benguela (CFB). JH/CRB