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Benguela define paz como maior legado de Eduardo dos Santos

     Política              
  • Benguela • Sábado, 09 Julho de 2022 | 18h41
Antigo Presidente José Eduardo dos Santos
Antigo Presidente José Eduardo dos Santos
Pedro Parente - ANGOP

Benguela – Personalidades de vários quadrantes da sociedade em Benguela manifestaram hoje, sábado, profunda tristeza pela morte, aos 79 anos, de José Eduardo dos Santos, antigo Presidente da República.

Na hora do adeus ao antigo estadista angolano, falecido em Barcelona (Espanha), por doença, a sociedade civil aponta a conquista da paz, em 2002, após a assinatura dos acordos de Luena entre as extintas forças militares da UNITA e do Governo, como o maior legado de Eduardo dos Santos.

Em reacção à notícia do falecimentodo ex-Presidente que liderou os destinos de Angola durante 38 anos, o bispo da Diocese de Benguela, Dom Francisco Jaka, destacou a paz em Angola como uma das principais acções do ex-Presidente José Eduardo Dos Santos.

Em declarações à ANGOP, Dom Francisco Jaka reiterou a necessidade de se recordar as “boas acções, por serem muito importantes, principalmente nesta altura das eleições”.

Segundo ele, a preservação da paz vai contribuir para a unidade nacional e para a democracia no pais.

Recordou  o momento em que se vislumbrava o fim do conflito entre o Governo de Angola e a UNITA, alegando que o ex-Presidente teve a oportunidade de continuar com a guerra até a exterminação do opositor, mas preferiu reunir os angolanos, que hoje vivem vinte anos de paz, uma situação inédita no continente africano.

Fez uma retrospectiva das ações de José Eduardo dos Santos como estadista, político, diplomata, homem de cultura e do desporto, afirmando que a sua morte diz respeito a toda a nação angolana.

Para o político e nacionalista Jorge Valentim, Angola perdeu um verdadeiro patriota, comprometido com a unidade e a reconciliação nacional.

“Choramos o Presidente José Eduardo dos Santos de uma maneira honesta. Ele fez muito, abriu os corações dos angolanos para o reencontro da reconciliação nacional e da paz”, enfatizou.

Defende que a morte de José Eduardo dos Santos deve servir para o fortalecimento da unidade entre os angolanos e que ninguém tire proveito para questões de divisão.

Já o jornalista e filósofo Alexandre Lucas enfatiza o notável contributo de José Eduardo dos Santos no alcance da estabilidade político-militar no país.

Para este profissional da comunicação social, “os homens e mulheres reconhecerão o contributo e celebram o legado de JES na incansável busca pela paz”.

Daí ter realçado a necessidade de haver serenidade neste momento de luto nacional, criando um ambiente de dignidade para um adeus em paz a José Eduardo dos Santos.

Também o veterano jornalista Jaime Azulay, que manifesta sentidos pêsames à família e amigos, reforçou a ideia de se pautar pela serenidade, comedimento e paz, desejando paz à alma do ex-Presidente.

Já o secretário para o Departamento de Educação, Política e Patriótica da JMPLA em Benguela, Guilherme Pewa, prefere acentuar o sentimento de gratidão do povo angolano para com o antigo Estadista angolano e pede que o seu exemplo de pacificador seja seguido na família e no trabalho.

Em um poema de homenagem a Eduardo dos Santos, o professor universitário David Calivala lamenta que se calou para sempre a voz do "arquitecto da paz" e amigo do povo, defendendo que a paz que o ex-Presidente legou vai continuar.

José Eduardo dos Santos chegou ao poder em Setembro de 1979, na sequência da morte do Primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto.

Ocupou as funções de Presidente da República durante 38 anos, até Setembro de 2017, altura em que foi sucedido pelo actual Chefe de Estado, João Lourenço.

Além de Presidente da República, foi Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) e Presidente do MPLA.

Da sua ficha política consta, ainda, o cargo de ministro das Relações Exteriores, e outras funções no Estado e no MPLA.

Conduziu o processo que culminou com a assinatura dos Acordos de Paz, a 4 de Abril de 2002, na sequência da morte do então líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi.





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