Manama (Dos enviados especiais) - O secretário-geral da União Inter-parlamentar (UIP), Martin Chungong, apelou, em Manama, ao diálogo aberto e fraterno como vias para a resolução de conflitos internos e entre nações.
Em declarações à imprensa angolana, após visitar o stand de Angola, Martin Chungong afirmou que o diálogo permite aos beligerantes conversar e exprimir os seus pontos de vista, para serem levados em conta e se encontrar uma solução que satisfaça todos.
Martin Chungong, instado a pronunciar-se sobre os conflitos no leste da República Democrática do Congo (RDC) e entre a Rússia e a Ucrânia, destacou a necessidade da coabitação e coexistência pacífica, o respeito pela diferença religiosa e pela dignidade humana, para o bem-estar de todos.
“A UIP é pela coexistência pacífica, pela promoção da paz e da tolerância”, asseverou.
No caso concreto do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, Martin Chungong deu a conhecer a criação, por parte da UIP de uma task force para manter em aberto os canais de diálogo, reportando os passos dados para a resolução do conflito.
Martin Chungong adiantou que a task force criada é o único interlocutor da organização mandatada para manter o diálogo permanente com os dois países e ajudar a encontrar a melhor via de entendimento.
Recordar que, em quatro dias de trabalho, a delegação angolana chefiada pela sua Presidente, Carolina Cerqueira, desenvolveu uma intensa jornada de diplomacia parlamentar, mantendo contactos com congéneres estrangeiras com as quais abordou questões relacionadas com a cooperação entre Angola e os respectivos países, bem como entre os parlamentos.
Carolina Cerqueira aproveitou os encontros com as mais diversas sensibilidades para promover a imagem do país, dando a conhecer as realizações efectuadas pelo Executivo destinadas ao bem-estar social dos angolanos e as transformações políticas, que resultaram num parlamento mais jovem, equilibrado em termos de género e onde a coexistência pacífica e partidária é uma realidade.
Para além da abordagem sobre a cooperação bilateral, Carolina Cerqueira deu, também, ênfase à necessidade da criação de grupos de amizade parlamentares com alguns países para, de uma forma mais actividade se promover o intercâmbio e a troca de experiência.
Em destaque esteve também o stand de Angola, que, ao longo do evento, recebeu membros de todas as delegações presentes, com um fluxo diário de mais de 300 delegados ávidos em saber informações sobre o país, próxima paragem da UIP, em Outubro do ano em curso.
A delegação angolana aproveitou ainda o momento para recolher informações detalhadas sobre a organização do evento, "bebendo" da experiência do Bahrain para o êxito do conclave de Luanda.
Durante a 146ª Assembleia-geral da UIP, os parlamentares abordaram, entre outras, questões relacionadas com a coexistência pacífica, tolerância, inclusão, crimes e a segurança contra crimes cibernéticos, mudanças climáticas, avanços das mulheres na política, juventude na mudança, catástrofes naturais e saúde global.
Em abordagem constou ainda o reforço sobre a legislação climática para reduzir as emissões de gás carbono e o apoio para uma transição de energias limpas.
A União Inter-parlamentar é composta por 178 parlamentos nacionais e 12 assembleias regionais. Actualmente é o principal interlocutor parlamentar das Nações Unidas. VM
