Lisboa (do enviado especial) – O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, descreveu, esta quarta-feira, de ”simbolismo incomparável” a presença do Presidente da República, João Lourenço, nas festividades dos 50 anos da Revolução dos Cravos.
O Chefe de Estado angolano chegou ao princípio desta noite a Lisboa para participar, quinta-feira, neste evento, à convite do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações à imprensa, à saída, de um encontro com o ministro da Relações Exteriores de Angola, Téte António, o governante português disse tratar-se de uma presença apreciável pelos portugueses, porque o 25 de Abril não se celebra apenas a liberdade de Portugal, mas também de Angola e de outros países africanos de expressão portuguesa.
Lembrou que a instauração da democracia em Portugal é resultado da luta de libertação dos países africanos de língua portuguesa, tratando-se, por isso, de uma comemoração multilateral.
“É com sentido de gratidão que teremos aqui o Presidente angolano”, sublinhou.
Quanto às relações bilaterais, Paulo Rangel, recentemente indicado ao cargo, no decurso das eleições legislativas de 10 de Março, afirmou que a cooperação com Angola é "prioritária e estruturante", independentemente da composição politica de Portugal.
“Nada mudará, só reforçaremos mais a nossa cooperação. Angola é uma prioridade clara da política externa de Portugal, que tem uma especifidade clara, que para além da razão é também do coração, pelos laços históricos ”, afirmou.
Por seu turno, o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, frisou que veio ao encontro do seu homólogo, no histórico Palácio das Necessidades, para reafirmar a continuidade desta relações histórica e substantiva.
Informou que a oportunidade serviu para fazer uma análise rápida sobre os dossiers de interesse dos dois Estados , como a cooperação económica, assuntos atinentes as comunidades, sobretudo a mobilidade, entre tantos outros, como a concertação na arena internacional, tendo em conta o papel importante que cada parceiro tem nas regiões e organizações em que está inserido.
Nos últimos anos, Angola e Portugal concluíram mais de 60 instrumentos bilaterais nas mais diversas áreas.
Com a assinatura do novo Programa Estratégico de Cooperação, em 2023,as relações entre ambos, além das áreas tradicionais como a educação, saúde, a justiça, a defesa e administração interna, estender-se-á a novos sectores como o do turismo, a administração pública, a transição digital e a economia azul. ART/VIC