Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou, esta quinta-feira, o novo complexo da Refinaria de Luanda, que vai produzir mais de um milhão de litros de gasolina por dia.
Para além de melhorar a qualidade da gasolina, o novo complexo vai permitir o aumento da capacidade de produção quatro vezes mais, ou seja, de 395 mil/dia para um milhão e 580 litros/dia, o que contribuirá para uma redução de cerca de 15 por cento na importação anual de combustíveis.
Avaliado em 235 milhões de dólares, o projecto teve início em Junho de 2019 e contou com o suporte técnico da petrolífera italiana ENI, na supervisão da engenharia e construção. Foram criados mais de mil postos de trabalho.
O complexo traz benefícios operacionais e ambientais como o incremento da produção de gás butano, redução de emissões gasosas pela utilização do hidrogénio produzido na nova unidade, para geração de energia eléctrica na central de ciclo combinado e geração de vapor.
O novo complexo de produção de gasolina da Refinaria de Luanda vai ajudar o país a aumentar a produção nacional de derivados de petróleo e, consequentemente, fazer com que o número de importações de combustível diminua.
Angola importa cerca de 80 por cento dos derivados de petróleo devido à falta de capacidade interna de refinação. A par da modernização e optimização da Refinaria de Luanda, está em curso a construção de novas refinarias em Cabinda, Soyo e Lobito para reverter esse quadro.
Historial
As primeiras instalações destinadas à refinação de petróleo foram inauguradas em Maio de 1958, numa área de 170 hectares, no bairro que viria a chamar-se Petrangol.
Foi então criada a Companhia de Petróleos de Angola, filial do Grupo Belga Petrangol, cuja parte de refinação possuía na altura uma capacidade instalada de 100 mil toneladas métricas por ano, com o objectivo de abastecer o mercado angolano de combustíveis.
A 27 de Outubro de 1982, a então Petrangol, detentora da Refinaria de Luanda, foi adquirida pela empresa petrolífera Fina, passando a designar-se Fina Petróleos de Angola.
Em Junho de 1999, a companhia petrolífera Total adquiriu parte das participações desta unidade fabril, passando a gerir, juntamente com a Fina Petróleos de Angola (consórcio Total/Fina), a Refinaria de Luanda.
Em Fevereiro de 2000, a Elf consegue adquirir algumas acções e junta-se ao negócio de refinação em Angola, em parceria com a Total e a Fina-Total Fina Elf.
Poucos anos depois, concretamente em Maio de 2003, a Total compra a totalidade das participações das outras companhias e passa a gerir o negócio como única detentora da Refinaria.
Em Julho de 2007, atendendo à natureza estratégica desta unidade fabril, a única Refinaria do país, a Sonangol adquiriu a totalidade das acções da então proprietária Total, no intuito de completar a sua cadeia de negócios, adoptando a designação de Sonangol Refinaria de Luanda e passando a ser uma subsidiária da Sonangol EP.
A partir daí, a Refinaria passou a ser gerida, pela primeira vez, por angolanos.
Em 2012, a Refinaria de Luanda passou a integrar, como subsidiária, a Sonaref, que passou a ser a subsidiária da Sonangol EP e sub-holding do negócio de refinação.