Libreville (Dos enviados especiais) - A cidade de Libreville, capital do Gabão, acolhe, este sábado, a XXIII Cimeira dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).
Para a reunião, são aguardados, na capital do Gabão, Chefes de Estado e de Governo dos países da CEEAC, sendo que a agenda foi aprovada esta sexta-feira pelos ministros das Relações Exteriores e dos Negócios Estrangeiros da CEEAC.
Pelas ruas da capital gabonesa é notório o reforço das medidas de segurança e os placares publicitários a anunciar a realização do evento que, entre outros assuntos, vai fazer o balanço da situação política e de segurança na África Central.
A Cimeira da CEEAC, grupo integrado além de Angola pelo Burundi, Camarões, Tchad, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Rwanda e São Tomé e Príncipe, deve debater questões de segurança e de paz, desafio inevitável, atendendo ao contexto que rodeia alguns dos países membros.
Na Cimeira de Cúpula da CEEAC Angola vai estar representada por uma importante delegação governamental.
Cidade de Libreville
Com cerca de 600 mil habitantes, Libreville alberga a sede da CEEAC.
As principais áreas da cidade são a Batterie IV (residencial), o Quarteirão Louis (conhecido pela sua vida noturna), Mont-Bouet e Nombakélé (áreas comerciais), Glass (a primeira ocupação europeia do país), Oloumi (uma importante área industrial) e Lalala (outra área residencial).
Alguns locais merecedores de uma visita são o Centro Cultural Francês, a Catedral de St. Marie, o Mercado de Mont-Bouet (uma praça popular da cidade) e o Arboretum de Sibang (que apresenta uma diversidade de madeiras gabonesas).
A cidade mantém um certo ar francês decorrente dos edifícios da era colonial, mas já existem muitas construções modernas.
É também o núcleo educacional do país, sendo sede de diversos centros de investigação e da Universidade Omar Bongo.
Fundada em 1843 por 52 escravos negros resgatados de um navio negreiro pela frota francesa, com o nome de Fort d'Aumale, tomou a actual denominação em 1849 como colónia de escravos livres.
Livreville foi o principal porto da África Equatorial francesa entre 1934 e 1946, servindo de ponto de partida para a colonização francesa do Gabão.
Em 1960, o Gabão conquistou a independência e Libreville começou a desenvolver-se de uma forma bastante mais rápida devido à exploração dos recursos minerais do país.
Foi principalmente na década de 70 que a cidade assistiu a um grande "surto" de construções, com destaque para a universidade.
O país
Com apenas 1,7 milhão de habitantes, o Gabão é um dos países menos populosos da densamente povoada África. Para se ter uma ideia, a vizinha República Democrática do Congo (RDC) possui cerca de 78 milhões de habitantes.
Florestas cobrem quase 90 por cento do território do Gabão. As florestas tropicais são cruciais para absorver as emissões do aquecimento climático do globo e, em 2019, o Gabão tornou-se o primeiro país africano a receber pagamento pela redução das emissões de carbono ao proteger a sua vegetação tropical.
A linha do equador atravessa somente 13 países, e o Gabão é um deles. Tradicionalmente, os países mais próximos dessa faixa tendem a enfrentar maiores dificuldades económicas devido às desvantagens causadas por um clima quente, que muitas vezes é mais instável do que as nações de clima mais moderado.
Curiosamente, a faixa amarela da bandeira do Gabão representa a linha do equador, por isso está posicionada no centro.
O Gabão é a quarta economia sub-regional e está a investir em áreas que interessam a Angola, com destaque para a diversificação da economia através da criação de uma zona económica cuja principal característica é a transformação das matérias primas, começando pela experiência da madeira. DC/AL/ADR