Luanda - O Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar, general João Pereira Massano, considerou esta quarta-feira, em Luanda, um dever das Forças Armadas Angolanas (FAA) promover o estudo, a preservação e a valorização do legado histórico das extintas FAPLA, pelo valioso contributo para a história de Angola.
De acordo com o responsável militar, que falava em entrevista à ANGOP, desde o período que antecedeu a Independência até à sua extinção, em 1991, as antigas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) “tornaram-se parte indissociável da história de Angola e um protagonista incontornável da memória colectiva dos angolanos”.
As FAPLA foram criadas, a 1 de Agosto de 1974, nas chanas do Luiameji, província do Moxico. Eram consideradas um dos maiores exércitos de África, quer pela sua capacidade combativa, como de organização, antes de darem lugar às FAA, na sequência dos Acordos de Bicesse.
O general João Pereira Massano, que é formado em historia, disse ser preciso “assumir com coragem, sem triunfalismos, mas com muito orgulho” que, durante a sua existência, este exército cumpriu cabalmente com o seu papel e ajudou a escrever o percurso histórico de Angola, com incontáveis exemplos de bravura, heroísmo e patriotismo.
Por ocasião dos 50 anos da criação das FAPLA, o oficial general saúda toda a comunidade castrense angolana e considera o dia 1 de Agosto como sendo um importante marco da história de Angola e do povo angolano.
O oficial general acrescentou ainda que “temos que ser capazes de contar a nossa própria história e nos orgulharmos do nosso passado, por ser o único que temos”.
João Massano reiterou que o legado das FAPLA deve ser estudado, preservado e valorizado, sobretudo, no seio das Forças Armadas Angolanas, para que estas sejam cada vez mais o baluarte da paz, da segurança e prosperidade dos angolanos.
Criação do Exército único
Com os acordos para a pacificação do país, em 1991, as então Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), da parte do Governo, e as Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), pela UNITA, fundiram-se, dando lugar à formação de um Exército único, actualmente designado por Forças Armadas Angolanas (FAA).
Dai que a institucionalização das FAA, sucessora das FAPLA, consubstanciou-se na materialização do preceituado nos Acordos de Bicesse (Portugal).
Para o oficial general, desde a sua criação, a 09 de Outubro de 1991, até aos dias de hoje, as FAA são o símbolo de unidade nacional da República de Angola.
Passadas mais de três décadas, as FAA constituem hoje também motivo de orgulho nacional e encarnam, na sua essência, os valores mais elevados do patriotismo e da cidadania, disse.
O benefício mais óbvio para o país, ao constituir as suas Forças Armadas, prosseguiu, é a garantia da defesa da inviolabilidade do seu território, actuando como factor de persuasão contra eventuais riscos de ameaças internas e externas.
Por este motivo, as FAA são um instrumento de política externa do Estado, podendo ser usadas sempre que o interesse nacional for ameaçado e em missões de manutenção de paz, de acordo com a Constituição da República e à luz dos tratados internacionais e regionais que o país subsecreveu. AFL/ART