Luanda – Quinhentos e 59 mil e 625 eleitores da faixa etária dos 60 aos 65 anos de idade, dos quais mil e 225 registados no exterior do país, estão entre os cidadãos angolanos habilitados para o sufrágio desta quarta-feira, 24 de Agosto.
Habituados a participar desta festa democrática, os cidadãos nesta faixa etária aguardam com expectativa pelo momento do exercício do dever de cidadania, com apelos de serenidade e espírito de paz por parte dos partidos concorrentes.
Entre os cadastrados está Baltazar Pedro, 64 anos, que vai já na quinta participação.
Em entrevista à ANGOP, o idoso disse que o facto de o país registar um desenvolvimento económico positivo, ao contrário de 1992, quando se realizaram as primeiras eleições, é uma variável boa para este pleito decorrer sem sobressaltos.
De acordo com a fonte, em 2008, já no contexto de paz, as eleições foram realizadas ainda com algum medo e rancor, afirmando que em 2012 os angolanos começaram a olhar com mais seriedade para o processo eleitoral, até ao último pleito de 2017.
Já Manuel Quindae, 53 anos, docente universitário, espera por uma participação massiva dos eleitores neste pleito, sublinhando que as eleições de 1992 serviram de lição para as seguintes, tendo em conta a falta de experiência do país, na altura.
Manuel Quindae, que trabalhou no pleito de 1992 como brigadista, recorda ter ficado retido no município de Ambaca, Cuanza Norte, devido ao eclodir do conflito armado.
O docente sublinha que não se pode voltar a errar como no primeiro sufrágio, enfatizando que as eleições de 2008 serviram de experiência, e em 2012 Angola deu boa uma lição ao mundo, embora faltasse educação cívica como tal.
Já em 2017, comentou, as eleições foram “de exame”, porquanto o partido no poder conseguiu apresentar outro candidato.
Aconselhou maior serenidade e acima de tudo cidadania para um pleito de paz.
Por sua vez, Filipe Miguel Canda, 62 anos, disse esperar que vença aquele que melhor conseguiu convencer o eleitorado durante a campanha eleitoral.
Diz-se regozijado por participar, mais uma vez, neste processo cívico, pelo que pede aos angolanos para não deixarem de participação do sufrágio.
As eleições deste ano, que terão pela primeira vez a participação dos angolanos na diáspora, são as quintas da história de Angola, depois das de 1992, 2008, 2012 e 2017.
De acordo com os dados, a faixa menos representativa será a dos 60 aos 65 anos de idade, com uma cifra de 559 mil e 625 eleitores, dos quais mil e 225 são de registos no exterior do país.
Dados do Ficheiro Informático dos Cidadãos Maiores (FICM) dão conta que três milhões, 56 mil e 324 jovens, dos 18 aos 25 anos de idade, integram o grupo de eleitores mais representativo para o pleito de 24 de Agosto do corrente ano, de um total de 14 milhões, 399 mil e 391 eleitores.
Do número de eleitores nesta faixa de menos 25 anos, três mil e 618 foram registados no exterior do país.
Os dados indicam ainda que a faixa que se segue com maior número de cidadãos votantes está entre os 25 e os 30 anos, com dois milhões e 121 mil e 912 eleitores, dos quais dois mil, 664 efectuaram o registo no exterior.
Os eleitores angolanos estão equitativamente distribuídos em termos de género, com as mulheres a levarem uma ligeira vantagem (51% contra 49% de homens).
A votação no exterior terá lugar em 12 países e 26 cidades, tais como África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).
Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Kolwezi).
Fora de África, o voto estará aberto no Brasil (Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo), na Alemanha (Berlim), na Bélgica (Bruxelas), em França (Paris), no Reino Unido (Londres), em Portugal (Lisboa, Porto) e nos Países Baixos (Roterdão).
As eleições gerais deste ano visam eleger o Presidente da República, o Vice-Presidente da República e os deputados à Assembleia Nacional.