Luanda – Angola realiza, esta quarta-feira, 24, as quintas eleições da sua história, para a eleição do novo Presidente da República, do Vice-Presidente da República e dos deputados à Assembleia Nacional.
Oito forças políticas concorrem ao presente sufrágio, para o qual estão inscritos 14 milhões, 399 mil e 391 eleitores, radicados no país e na diáspora.
Trata-se, especificamente, de sete partidos políticos (MPLA, UNITA, PRS, FNLA, PHA, APN e P-NJANGO) e de uma coligação de partidos políticos (CASA-CE).
À semelhança dos sufrágios de 1992, 2008, 2012 e 2017, a juventude terá papel fulcral na escolha dos novos governantes do país para o quinquénio 2022-2027, depois de participar, em massa e de forma activa, nas diferentes campanhas eleitorais.
Dados do Ficheiro Informático dos Cidadãos Maiores (FICM), disponibilizados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), indicam que três milhões, 56 mil e 324 são jovens dos 18 aos 25 anos, que integram o leque mais representativo deste pleito.
Segundo o FICM, a faixa que se segue com maior número de cidadãos votantes está entre os 25 e os 30 anos, representando dois milhões, 121 mil e 912 eleitores, dos quais dois mil e 664 se registaram no exterior.
Entre a população votante, 22 mil e 560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, da Europa e da América, que terão participação no processo pela primeira vez.
Em África, o sufrágio decorrerá na África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), na Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu), na República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi), na República do Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu e Solwezi).
Fora de África, o processo decorrerá no Brasil (Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo), na Alemanha (Berlim), na Bélgica (Bruxelas), em França (Paris), no Reino Unido (Londres), em Portugal (Lisboa e Porto) e nos Países Baixos (Haia e Roterdão).
Para o efeito, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) montou, no país, 13.238 assembleias, com 26.443 mesas de voto, enquanto no exterior existem 26 assembleias, com 45 mesas de voto.
Para garantir o melhor funcionamento das assembleias e mesas de voto foram treinados 105.952 membros de mesas de voto.
Curiosidades
Entre os contendores, a FNLA, fundada em 1954, é o partido mais antigo, enquanto o PHA e o P-NJANGO, legalizados este ano pelo Tribunal Constitucional, são os mais novos.
O MPLA, a UNITA, a FNLA e o PRS são os únicos recordistas, tendo participado nos quatro pleitos realizados (1992, 2008, 2012 e 2017).
Entre os oito, o MPLA é o único que já exerceu o poder político, à conta das vitórias eleitorais conseguidas em todas as eleições anteriores.
Em relação aos candidatos a Presidente da República, o cabeça-de-lista da CASA-CE, Manuel Fernandes, 50 anos, é o mais jovem, enquanto Nimi a Nsimbi, líder da FNLA, é o mais velho, com 71.
A média de idade dos candidatos às eleições gerais de 2022 é de 58 anos.
Quintino Moreira, cabeça-de-lista da APN, é o que mais concorreu ao cargo de Presidente da República, indo já na sua terceira disputa, depois de o ter feito nas eleições gerais de 2012 e 2017.
Seguem-se, nesse quesito, os candidatos do MPLA, João Lourenço, e do PRS, Benedito Daniel, que se estrearam nas eleições gerais de 2017. O primeiro busca a sua reeleição.
Os outros cinco, designadamente Adalberto Costa Júnior (UNITA), Manuel Fernandes (CASA-CE), Nimi a Simbi (FNLA), Florbela Malaquias (PHA) e Eduardo ”Dinho” Chinguinji (P-NJANGO) entram na corrida pela primeira vez.
Entre os concorrentes, apenas João Lourenço esteve na posição de Presidente da República, fruto da vitória obtida pelo MPLA, nas eleições gerais de 2017.
A única mulher na corrida é a líder do PHA, Florbela Malaquias, a segunda a disputar o cargo em toda a história das eleições em Angola, depois da então presidente do Partido Liberal Democrático (PLD), Anália de Vitória Pereira, em 1992.
Histórico das eleições
Angola realiza, a 24 de Agosto deste ano, as quintas eleições gerais, que ficarão marcadas pela primeira participação dos cidadãos angolanos residentes na diáspora.
Trata-se da primeira vez que os angolanos no exterior tomarão parte neste processo de consolidação e aprofundamento da democracia, iniciado em Setembro de 1992.
O sufrágio anterior foi disputado a 23 de Agosto de 2017 por seis forças políticas, com a participação de 76,57 por cento dos 9,3 milhões de eleitores inscritos.
O MPLA venceu por maioria absoluta, com 61 por cento dos votos, à frente da UNITA (26,67%) e da CASA-CE (9,44%).