Ondjiva – O Presidente da República, João Lourenço, inteirou-se, neste domingo, do andamento da obra de construção da barragem do Ndue, um dos projectos estruturantes de combate à seca na província do Cunene.
A empreitada, localizada no município do Cuvelai, 250 quilómetros a noroeste da cidade de Ondjiva, apresenta um nível de execução física de 74,5% e financeira de 74,1%.
A ANGOP apurou que, actualmente, os trabalhos se encontram em fase final da galeria de desvio e descarga de superfície, do aterro do corpo da barragem até à altura preconizada, bem como da execução da estrutura da tomada de água e do descarregador das cheias.
O ensaio da reserva de água já foi realizado, através da criação da encerradeira de montante e seguir-se-ão pequenos acabamentos ligados às vias de acesso e teste de verificação da infiltração, para posterior instalação dos equipamentos mecânicos, monitorização da barragem e a parte eléctrica.
O projecto está ser implementado no rio Cuando, bacia do Cuvelai, e prevê uma albufeira de 2000 hectares para armazenar 170 milhões de metros cúbicos de água.
O Ndue é uma barragem de terra com 26 metros de altura e 1500 de comprimento, com uma rede de canais adutores numa extensão de 75 quilómetros até à localidade de Embudo, município do Cuanhama, e mais 15 chimpacas.
Quando for concluído, o projecto, iniciado em Março de 2022, vai beneficiar cerca de 55 mil famílias, que vivem no percurso do canal, e 60 mil animais, com a garantia de emprego directo a um total de 897 pessoas, das quais 772 nacionais e 125 expatriados.
Com o prazo de execução de 30 meses, o projecto custou cerca de 192 milhões de dólares americanos.
Ainda no Cunene, está em construção a barragem de Calucuve, igualmente localizada na bacia do rio Cuvelai, a 44% de execução.
Orçado em 177 milhões de dólares com prazo de execução de 20 meses, o Calucuve é uma barragem de terra, de 19 metros de altura e está associado a uma rede de canais, com uma extensão de 111 quilómetros e mais 44 chimpacas.
Os empreendimentos e mais dois canais completam o conjunto de obras estruturantes de combate à seca, que começou com a transferência de água a partir da região do Cafu, para a área de Ondombodola e Namacunde.
A estes projectos juntam-se outros em curso na margem direita do rio Cunene, designadamente a barragem da Cova do Leão, no município da Cahama, para beneficiar as comunas de Octchijau, Cahama e algumas localidades do município do Curoca.
Consignado em Julho de 2022, o denominado projecto Cunene 8, contará com um volume útil estimado em 25,2 milhões de metros cúbicos, 17 metros de altura do barramento, quatro metros de largura na crista e 844 metros de comprimento.
Inclui a construção de uma conduta de 98 quilómetros para beneficiar as populações dos municípios da Cahama e Curoca, dos mais afectados pela seca.
O programa Cunene 8 prevê abastecer cerca de 240 mil pessoas e mais de 30 mil cabeças de gado, bem como às 17 mil ligações domiciliares, mais de 250 chafarizes, irrigação de uma área aproximada de 75 hectares e garantir mais de 1.400 empregos directos.
O projecto conta com um financiamento da GEMCORP, no valor de 284,41 milhões de dólares, que está a ser levado a cabo pelo Gabinete para a Administração das Bacias Hidrográficas do Cunene, Cubango e Cuvelai (GABHIC).
Contempla ainda um conjunto de acções, desde a construção de uma barragem no rio Caculuvale, na localidade da Cova do Leão, na sede municipal da Cahama, a que será associado o sistema de abastecimento de água às comunas da Cahama (Sede) e Ochinjau.
Prevê ainda, a reabilitação de 13 furos e nove represas e a execução de um sistema de abastecimento de água à Oncócua (Sede municipal do Curoca), baseado no aproveitamento de furos artesianos existentes, bem como na execução de novas captações subterrâneas.
Esta é a segunda visita de constatação ao projecto de João Lourenço, sendo que a primeira aconteceu em Agosto de 2023. FI/FA/LHE/ART