Dundo – A Polícia Nacional frustrou, na madrugada deste sábado, na Lunda Norte, um acto de rebelião armada, protagonizado por um auto-denominado "Movimento Protectorado Lunda Tchokwe", acção que resultou na morte de seis insurrectos e ferimento de dois oficiais das forças da ordem.
Um comunicado do Comando Provincial da Lunda Norte da Polícia Nacional dá conta de que da violenta manifestação, que ocorreu na vila de Cafunfu, município do Cuango (Lunda Norte), resultou, ainda, o ferimento de outros três insurrectos.
A Polícia Nacional na Lunda Norte esclarece que a resposta à “tão evidente rebelião” e a tentativa de dispersar os manifestantes, “em legítima defesa", resultou na morte de seis elementos e outros três feridos, ligados ao referido movimento, sem estatuto legal, no quadro da legislação em vigor na República de Angola.
De acordo com o comunicado de imprensa, os dois oficiais feridos, cujas patentes não foram reveladas, pertencem à Polícia Nacional e às Forças Armadas Angolanas (FAA).
A denúncia policial acrescenta, ainda, que os manifestantes vandalizaram, também, uma viatura que se encontrava nas imediações da esquadra policial, que os mesmos queriam tomar de assalto.
Os cerca de 300 elementos eram portadores de armas de fogo do tipo AKM, caçadeiras, ferros, paus, armas brancas e pequenos engenhos explosivos artesanais e dirigiram-se às instalações da esquadra policial de Cafunfu, para a sua ocupação, com a pretensão de aposição de uma bandeira pertencente ao movimento, esclarece a Polícia Nacional.
No comunicado, a que a ANGOP teve acesso, a Polícia adianta que os manifestantes pretendiam, igualmente, causar baixas entre os efectivos da esquadra, o que provocou a reacção das forças das forças da ordem.
A nota refere que os feridos das forças da ordem e do auto-denominado movimento encontram-se a receber cuidados médicos no hospital local.
A Polícia salienta, no seu comunicado, terem sido feridos cinco elementos do grupo de rebeldes, dois dos quais faleceram já no hospital, o que perfaz os seis mortos.
A polícia apela aos cidadãos a não enveredarem por actos do género, que colocam em causa a estabilidade social no país e afirma estar já em curso uma investigação para se apurar as motivações de tal rebelião, com vista a responsabilizar os seus promotores.
A ANGOP apurou que, até ao momento, já foram detidos 16 elementos do referido movimento, número que poderá subir.
Sem sucesso, a agência noticiosa angolana tentou contactar, via telefónica, algum responsável do auto-denominado movimento.
Esta não é a primeira vez que o auto-denominado "Movimento Protectorado Lunda Tchokwe" pratica actos do género e com recurso a armas de fogo.