Luanda - A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) anunciou hoje, terça-feira, em Luanda, a suspensão temporária da sua campanha eleitoral, devido a detenção, sábado último, de 33 militantes do partido.
O secretário-geral da FNLA, Aguiar Laurindo, disse à ANGOP que, entre os 33 militantes, estão três candidatos a deputados à Assembleia Nacional, sendo um do círculo provincial de Luanda e dois do nacional.
Manifestou a sua preocupação pelo facto de a detenção acontecer num momento de eleições, em que os militantes estavam a sair de um evento, realizado pelo seu partido.
“No sábado, a FNLA, no âmbito da pré-campanha, foi até Calumbo (arredores de Luanda) para uma passeata. No regresso, a caravana cruza, a 500 metros da sede do partido, com um grupo de motoqueiros que estava a ser seguido pela polícia", explicou.
Adiantou que os motoqueiros, ao verem o carro alegórico do seu partido, com música e "tratando-se de jovens, aproximaram-se e criou-se uma confusão que necessitou da intervenção da polícia, que decidiu recolher todos para uma unidade policial".
Aguiar Laurindo adiantou que esteve no momento da detenção, e recebeu a garantia da polícia de que os jovens da FNLA seriam ouvidos e dispensados, depois de feitas as averiguações, facto que não aconteceu até hoje, tendo recebido indicação de que estão a ser ouvidos por um procurador, na direcção provincial do Serviço de Investigação Criminal (SIC).
A FNLA indicou uma equipa de advogados, que está a acompanhar o caso, que ainda não foi reportado à Comissão Nacional Eleitoral (CNE), facto que poderá ocorrer nas próximas horas.
Fundada a 07 de Julho de 1954, com o nome de UPNA, evoluiu para UPA e finalmente para FNLA, e tem como ideologia a democracia cristã, assente no nacionalismo angolano.
Participam do pleito de 24 de Agosto próximo, sete partidos e uma coligação, nomeadamente MPLA, UNITA, PRS, CASA-CE, FNLA, PHA, APN e P-NJANGO.
As eleições deste ano, que, pela primeira vez, realizam-se com a participação dos angolanos na diáspora, são as quintas da história de Angola, depois das de 1992, 2008, 2012 e 2017.
O último sufrágio foi disputado, a 23 de Agosto de 2017, por seis forças políticas, com a participação de 76,57 por cento, dos cerca de 9,3 milhões de eleitores inscritos.