Luanda – Um concurso público para o ingresso de 415 profissionais da saúde realiza-se este ano, na província de Benguela, caso o MPLA vença as eleições gerais de 24 do corrente mês.
O anúncio foi feito, esta quinta-feira, pelo candidato a Presidente da República pelo MPLA, João Lourenço, num comício realizado nos arredores da cidade de Benguela, adiantando que o concurso público é extensivo a médicos, enfermeiros e técnicos de saúde.
Informou que, de 2017 a 2022, foram admitidos, na província de Benguela, mais de dois mil profissionais da saúde, em concursos públicos, e decorre a construção de um hospital geral de referência, com capacidade para 200 camas.
João Lourenço disse que, paralelamente ao investimento em infra-estruturas, uma atenção especial foi prestada ao homem no quesito da formação e capacitação, dentro e fora do país.
igualdade do gênero
João Lourenço apresentou a candidata do MPLA a Vice-presidente da República, Esperança Costa, assim como a vice-presidente do partido, Luísa Damião, no quadro da política do seu partido de promoção das mulheres a cargos públicos.
Aventou a possibilidade de, no futuro, o MPLA indigitar uma mulher como candidata a Presidente da República, no âmbito da sua política de igualdade no género e de combate à descriminação pelo sexo.
Tolerância política
Em função do tempo de paz e da realização de eleições nos anos de 1992, 2008, 2012 e 2017, o presidente do MPLA disse que "a essa altura, não havia motivo de apelos ao civismo e a tolerância política, em fase de campanha eleitoral".
Justifica os apelos contínuos pelo facto de existirem líderes políticos que apelam à desordem, a confusão e a desobediência às autoridades, acções que considerou serem condenáveis.
Sociedade civil
Congratulou-se com as Igrejas e a sociedade civil organizada que trabalham para que as eleições gerais decorram num clima de paz, estabilidade e que ganhe o melhor, mediante a escolha do povo.
Apelou os concorrentes a respeitarem e aceitarem a escolha do povo, expressa nas urnas.
Investimentos
Sobre investimentos precisou que o MPLA e o seu Executivo têm feito investimentos públicos, na província de Benguela, em vários domínios, incluindo o da energia, que já beneficiou os municípios do Bocoio e da Baia Farta, com a construção, entre outras, de uma sub-estação.
João Lourenço falou do desassoreamento do rio Catumbela, que ficará resolvido em definitivo com as obras da barragem do Cacongo, que proporcionará um aumento do caudal e da capacidade de produção de duas outras barragens, concretamente do Lomaum e do Biópio, dando mais energia às populações e irrigando os campos.
Anunciou a criação de uma estrada externa às cidades de Benguela, Lobito e Catumbela, para permitir a circulação rodoviária para outras regiões do país, sem transitarem pelo interior, danificando o asfalto e as próprias urbes.
Anunciou ainda a existência de uma verba para a construção de infra-estruturas integradas nas cidades de Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta, incluindo a requalificação dos seus bairros periféricos, calculada em 479 milhões de euros.
A requalificação vai abranger também ruas nas sedes municipais do Cubal, Ganda e Balombo, que já recebem trabalho de asfaltagem, assim como a marginal da Praia Morena, na cidade de Benguela, e a entrada do Lobito.
Serão concluídas as obras de restauro de vários troços de estradas internas e externas, estas últimas que ligam Benguela às províncias do Huambo, Cuanza Sul e Huíla.
No domínio do ensino superior deu a conhecer investimentos na construção, no período 2022/2027, de novas instalações para a Universidade Katiavala Buila e para o Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) de Benguela.
No quadro dos caminhos de ferro, disse que três novas unidades, cada com capacidade para transportar 600 pessoas, serão colocadas na ligação entre as cidades de Benguela e Lobito, passando pela Catumbela, a partir de Setembro próximo.
Privatizações
Relativamente as privatizações em curso, João Lourenço enumerou a gestão do Porto do Lobito, por um consórcio de empresas chinesas, que passam a ter a responsabilidade pelos seus dois terminais de carga, e os Caminhos-de-Ferro de Benguela (CFB), por consórcio de empresas europeias, de origem suíça e portuguesa, que vai gerir também o porto mineraleiro.
A concessão dos dois empreendimentos resultou de concursos públicos, no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV) e visa garantir, entre outros objectivos, mais emprego, rendimento e melhoria do funcionamento.
Sobre a futura refinaria do Lobito, João Lourenço disse que a sua construção vai criar, na sua fase de operação, cerca de nove mil empregos directos e indirectos e acabará com a aquisição de refinados de outros países, passando Angola a ser simultaneamente produtor e exportador de derivados de petróleo.
Emprego
O presidente precisou que, para além Estado e do sector privado, os programas de apoio ao crédito, de privatização, de promoção da empregabilidade, entre outros, têm contribuido para o fomento do emprego para a juventude.
As obras do Programa de Investimentos Públicos (PIP) e do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) também estão a gerar emprego, contribuindo para a redução dos índices de desemprego no país, adiantou o cabeça-de-lista do MPLA.
Crédito
Revelou que será colocado a disposição do mercado um crédito de 300 milhões de dólares, para financiar a indústria pesqueira, a ser disponibilizado pelo Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), aos interessados em todo o país, particularmente na faixa litoral.
As eleições gerais de 2022 contam, pela primeira vez, com a participação de angolanos residentes no estrangeiro, e são as quintas, depois das de 1992, 2008, 2012 e 2017.
São esperados 14 milhões 399 eleitores, dos quais 22 mil 560 residem no estrangeiro.