Luanda - O secretário do Bureau Político do MPLA para a Informação, Rui Falcão, reiterou esta sexta-feira que o seu partido, que obteve maioria absoluta nas eleições gerais, “está aberto ao diálogo” e não tem necessidade de “fazer pactos”.
O político falava à imprensa, em Luanda, no final da reunião da Estrutura de Coordenação Central da Campanha, orientada pelo presidente do MPLA, João Lourenço.
Segundo Rui Falcão, o MPLA sempre esteve aberto ao diálogo. "Nós com uma maioria qualificada negociamos alterações à Constituição, muito melhor posicionados estaremos agora quando temos uma maioria absoluta".
Maioria absoluta descarta “pactos”
O porta-voz do MPLA afastou um “hipotético pacto” com a UNITA, partido da oposição (…).
"Temos uma maioria absoluta, em nenhuma parte do mundo se faz pacto de regime quando há uma maioria a governar".
Os últimos resultados provisórios da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) atribuem vitória ao MPLA, com 51,07 por cento, correspondentes a 3 milhões 162.801 votos, seguindo-se a UNITA com 44,05% .
Informou que o líder do partido e candidato a Presidente da República, João Lourenço, só vai se pronunciar após a divulgação dos resultados definitivos pela CNE.
"Continuaremos a fazer o nosso trabalho. Esta foi uma primeira leitura que fizemos e vamos fazer outras que se impuserem, certamente, imediatamente a seguir à publicação dos resultados definitivos", expressou.
Abstenção ditou resultados
O porta-voz do MPLA reconheceu que a forte abstenção dos eleitores ditou os resultados pouco expressivos do seu partido na província de Luanda, a maior praça eleitoral do país.
"Temos noção de que a abstenção nos prejudicou porque foi no exercício do poder político, disse o político, lembrando que, das eleições passadas para essas, houve menos de cerca de um milhão de votos.
Ao nível do ciclo provincial de Luanda, os dados avançados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) apontam que o MPLA obteve 33, 31% contra 62,59 % dos votos da UNITA.
Segundo o político, a Estrutura Central da Campanha passou em revista o que poderia ter acontecido nessas eleições e vão esperar, agora, pelos relatórios mais circunstanciados, para depois fazer uma leitura definitiva dos resultados.
O MPLA detém 124 deputados à Assembleia Nacional, escrutinados que estão já 97,03 por cento dos votos e a poucas horas do anúncio dos resultados finais das quintas eleições gerais de Angola, realizadas na quarta-feira (24).
Índice de abstenção
Nestas eleições registou-se 54,35 por cento de abstenção, num universo de 14 milhões e 399 mil de eleitores, contra os 23,43% dos nove milhões 221mil e 963 eleitores registados em 2017.
Os últimos resultados provisórios atribuem vitória ao MPLA, 51,07 por cento, seguindo-se a UNITA com 44,05% (2.727.885 / 90 deputados) e o PRS com 1,13% (70.398 / 2 deputados).
Surgem a FNLA com 1,05% (65.223 / 2 deputados) e surpreendentemente o estreante PHA com 1,01% (63.002 / 2 deputados).
A CASA-CE com 0,75% (46.750) não conseguiu qualquer deputado, tal como a APN com 0,48% (29,740) e o P-JANGO com 0,42% dos votos (26.268).
Este pleito eleitoral contou com a participação de oito candidatos a Presidente da República.