Luanda – Mensagens de amor ao próximo, tolerância política, respeito pelas diferenças, promoção de clima de paz, harmonia e cordialidade, proferidas por líderes partidários e religiosos, constituíram-se nas notas dominantes desta quinta-feira, 23º dia da campanha para as eleições gerais de 24 deste mês.
Estes apelos foram feitos em conferências de imprensa, entrevistas e em actos de massas, em resposta às narrativas de forças políticas e figuras influentes relativas à permanência dos eleitores próximo das assembleias, depois de votarem.
MPLA
O candidato a Presidente da República pelo MPLA, João Lourenço, enalteceu, em Benguela, num acto de massas, a postura patriótica adoptada pela sociedade civil e as igrejas na sensibilização dos cidadãos para que as eleições da próxima quarta-feira decorram num clima de paz e civismo.
“As igrejas e a verdadeira sociedade civil, organizada, estão a dobrar o joelho, estão a rezar e a orar para que estas eleições decorram num clima de harmonia e concórdia, e já vêm fazendo isso de um tempo para cá, o que vai culminar no próximo domingo (21) com cultos ecuménicos um pouco por todo o país “, referiu.
FNLA
Na província do Zaire, o director-geral da campanha eleitoral da Frente Nacional de Libertação de Angola no Soyo, Afonso Tona, reprovou o pronunciamento de tais forças políticas, sobretudo a UNITA, considerando que essa atitude incita à desordem e compromete o bom andamento do processo eleitoral, a caminho do fim.
Durante um acto de massa na comuna de Mangue Grande (Soyo), o político aconselhou os candidatos concorrentes a reverem a forma de se dirigirem aos eleitores, para a consolidação da democracia em Angola, assim como os cidadãos a aguardarem pelos resultados definitivos do pleito nas suas casas.
PRS
Por sua vez, o responsável pela campanha eleitoral do Partido de Renovação Social, Mvovi Manuel, disse aos jornalistas, nesta mesma província do Norte, que apesar da ânsia pelo poder por parte dos candidatos, os partidos políticos devem respeitar a vontade do povo a ser expressa nas urnas, no próximo dia 24 deste mês.
À margem de uma campanha de mobilização dos eleitores nos mercados informais do Soyo, o político instou os concorrentes a priorizarem discursos conciliatórios, para o bem da jovem democracia em Angola, tendo em conta que “as eleições visam tão-somente legitimar os futuros governantes do país, através do voto dos cidadãos”.
CASA-CE
Em Cabinda, o cabeça-de-lista a Presidente da República pela Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitora, Manuel Fernandes, exortou igualmente os eleitores a regressarem para as suas residências e não estimular práticas susceptíveis de manchar o processo.
“Depois do voto, meus irmãos e minhas irmãs, vão para casa. Nós não estamos de acordo com esta atitude de se permanecer nas assembleias e nem estamos a subscrever a esta ideia que pode beliscar a paz conquistada com muito suor”, salientou o político, num acto de massas.
APN
Enquanto isso, o presidente da Aliança Patriótica Nacional (APN), Quintino Moreira, prometeu construir uma linha férrea para ligar as províncias do Uíge e Luanda, para facilitar essencialmente o transporte de minerais, café, madeira, entre outras produções, para a capital do país.
Falando num comício na cidade do Uíge, reiterou a intenção do seu partido, caso vença as eleições gerais, de conceder crédito bancário aos camponeses, num valor de 50 milhões de kwanzas cada, para o fomento da produção agrícola, a fim de combater a fome e a pobreza.
P-NJANGO
Paralelamente a distintas actividades pelo país, o líder do Partido Nacionalista para a Justiça em Angola, Eduardo Chingunji, está a trabalhar em Cabinda, no contacto directo com o eleitorado, devendo sair ainda hoje desta província, em direcção ao Moxico, onde prevê realizar também um acto de massas, na sexta-feira.
UNITA
Sem actividade de vulto pelo país, a UNITA na Luanda Sul, encabeçada pelo seu secretário provincial, Saúde Victorino, privilegiou o contacto directo com o eleitorado da comuna do Muriege e Cassai-Sul, município do Muconda, com mobilização porta-a-porta e em mercados informais.
Aapelou, contudo, ao respeito pela diferença partidária, sem insultos ou actos de vandalismo, para que as eleições gerais decorram em ambiente pacífico e ordeiro.
PHA
A cinco dias do fim da campanha eleitoral (termina no dia 22), o Partido Humanista de Angola cingiu a sua campanha no convencimento dos “vendedores eleitores” dos principais mercados da cidade do Luena, em especial os da Baúca, do KM5 e do Zorró, província do Moxico.
Durante a acção mobilizadora, os militantes do PHA apelaram os vendedores e clientes a votarem neste único partido dirigido por uma mulher, Florbela Malaquias, por possuir “um programa de governação com acções que vão humanizar Angola”.
CICA
A secretária-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), reverenda Deolinda Dorcas Teca, apelou aos líderes partidários e aos cidadãos, em geral, para a tolerância e respeito mútuo no processo eleitoral em curso, e para retornarem aos seus afazeres diários após exercerem o seu direito ao voto
Em declarações à TVZimbo, em antevisão ao culto ecuménico previsto para domingo, 21, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, a reverenda afirmou que os angolanos devem olhar para as eleições como uma festa da democracia, e considerou importante que cada um respeite o outro, apesar das diferenças religiosas e partidárias.
CEAST
No Dundo, na província da Lunda Norte, o presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom José Manuel Imbamba, ressaltou o ambiente de paz, tolerância e de estabilidade que se verifica nesse período, sublinhando que os angolanos estão a demonstrar maturidade política e democrática
“Nesta campanha, estamos a assistir a um momento alto da nossa cidadania, da fraternidade, onde devemos destacar, sobretudo, o ambiente de paz, harmonia, de fraternidade e de tolerância no seio dos cidadãos, apesar das diferenças ideológicas”, referiu o prelado católico, em declarações à imprensa.