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Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale pedem maior apoio

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  • Cubango • Sábado, 22 Março de 2025 | 08h52
Memorial à Batalha do Cuito Cuanavale
Memorial à Batalha do Cuito Cuanavale
Maurício Sequesseque-ANGOP

Menongue - Os combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale (1987-1988), residentes na província do Cubango, solicitaram, esta sexta-feira, maior atenção e apoio do Governo para a melhoria das suas condições de vida.

Os antigos militares manifestaram esta posição à ANGOP, no quadro das comemorações dos 37 anos da Batalha do Cuito Cuanavale.

Sabino Soares, antigo aspirante e chefe das comunicações da 21ª Brigada de Infantaria Motorizada, no auge da Batalha, lamenta que muitos ex-combatentes não encontram proporcionalidade entre o sacrifício consentido e os benefícios merecidos.

Por isso, o deficiente visual total e desmobilizado no âmbito dos Acordos de Bicesse sugere uma audição generalizada aos ex-militares, sobretudo aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade reconhecida e os deficientes físicos.

Sabino Soares realçou que, apesar do esforço do Governo, ainda existem muitos ex-militares que não têm beneficio da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas.

Sustenta que depois do processo de desmobilização, o sistema de base de dados, por não ser sofisticado, teve falhas, e os visados, não sabendo das das consequências daquela imprecisão, conformaram-se.

Nestas circunstâncias, fez saber que muitos “deixaram a farda” e passaram a se ocupar de outras actividades para a sua sobrevivência, pelo sugerem ao Governo para que desenvolva um amplo programa de auscultação dos antigos combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale, para serem identificados e apoiados ou inseridos em actividade produtiva.

Por seu turno, Adelino Cambinda, que na altura da Batalha tinha 20 anos de idade e trabalhava como escolta da logística, apelou por mais apoio do Governo, lamentando que muitos antigos colegas estejam sem nenhuma fonte de renda, facto que não dignifica a gesta heróica desempenhada em período de guerra.

“Os nossos dirigentes devem olhar para todos os antigos combatentes, porque a nossa juventude não foi fácil”, recordou.

Outro protagonista, Augusto Dias, solicitou uma maior intervenção do Estado para melhorar a condição social dos antigos combatentes, com acções mais concretas, como habitação, transporte, saúde, energia e águas, formação académica para os descendentes, entre outras benesses.

FOCOBACC apela calma e assegura trabalho intenso na valorização dos combatentes

Reagindo ao facto, o porta-voz do Fórum dos Antigos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale (FOCOBACC), Lourenço Manuel, assegurou que foi realizado um processo censitário específico, em 2024, que permitiu aferir o número e localização dos combatentes desta batalha, para melhorar o nível de organização.

Sem detalhar números, fez saber que neste momento dezenas de processos já foram remetidas à Direcção Principal de Pessoal e Quadros DPPQ do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), onde estão a ser criteriosamente averiguados para se descartar qualquer eventual processo duvidoso ou cidadãos oportunistas.

Concluído este processo, avançou, serão realizados os competentes enquadramentos dos verdadeiros antigos combatentes da BCC, no quadro da lisura e transparência.

“A inserção dos oficiais na caixa de segurança social das FAA está em curso e já na direcção de quadros onde aguarda para que as coisas sejam regularizadas”, explicou.

Em relação aos sargentos e soldados, esclareceu, o próprio FOCOBACC já despoletou uma série de instrumentos legais, no sentido de, junto do Executivo e outras instituições públicas e privadas, conceder o apoio que se pretende para a sua inserção em formação técnico-profissional, para que possam se beneficiar de kits profissionais, que os permita exercer ofícios geradores de rendas.

Por outro lado, informou da entrada do dossier, junto das instituições de direito, para que o FOCOBACC consiga o título de instituição de utilidade pública, para ver se os projectos e pequenas actividades são financiados pelo Estado, com suporte do Orçamento Geral do Estado.

Com a devida aprovação do expediente, a FOCOBACC terá, segundo o também antigo combatente que serviu na área de telecomunicações no momento da batalha, a primazia de gizar e executar os seus projectos de forma a continuar a melhorar a condição social dos seus filiados.

Sobre a possibilidade da existência de antigos combatentes que nunca foram auscultados, explicou que o equívoco consiste no facto de haver, para além da FOCOBACC, que trata especificamente dos antigos militares da BCC, a Associação dos Combatentes das ex-FAPLA (ASCOFA), que possui um grupo de efectivos muito numeroso, em comparação ao anterior.

No entanto, fez saber a fonte, quando alguns não encontram amparo na ASCOFA tentam, a todo custo, refugiarem-se e identificar-se como membros da BCC quando não o são, por isso é que tentam passar a imagem de não terem sido ouvidos, quando na verdade não se dirigem a instituição apropriada.

O FOCOBACC controla um total de seis mil 257 antigos combatentes. MSM/ALK/FF/PLB

   

 





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