Luanda - O político Eugénio Manuvakola, do partido UNITA, considerou, esta quarta-feira, em Luanda, “soberana e sublime” o pedido de perdão à Nação do Presidente João Lourenço, pelos acontecimentos do 27 de Maio de 1977.
Em declarações à imprensa, no final da cerimónia, o político expressou que a iniciativa teve sentido de oportunidade e lembrou que o 27 de Maio sempre foi um acontecimento por explicar.
No entender do antigo secretário-geral da UNITA, o Presidente João Lourenço começou bem, tendo acrescentado que “foi bom ter estendido a iniciativa aos acontecimentos ocorridos depois das eleições de 1992”.
Igualmente presentes ao acto, os familiares das vítimas dos conflitos ocorridos no país, de 11 de Novembro de 1975 a 04 de Abril de 2002, sublinharam o gesto do Presidente João Lourenço.
Maria da Piedade, viúva do músico David Zé, afirmou ser um gesto positivo do Presidente da República que põe fim as incertezas sobre o que se terá passado com o marido.
Na mesma ocasião, Sónia Eduardo Gomes Francisco, filha do falecido comandante Bakalof, disse que “se o Presidente pede desculpas, então o Estado está desculpado”.
Sónia de Francisco adianta que esperou com ansiedade por este dia.
“Gratificante o pedido de perdão. Estamos de coração limpo para perdoar e dar continuidade”, expressou Carolina de Andrade, sobrinha do malogrado músico Artur Nunes.
António Urbano de Castro, filho do finado cantor Urbano de Castro, considerou o gesto grandioso que chega 44 anos depois.
Testemunham a cerimónia o vice-presidente da República, Bornito de Sousa, o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias do Santos, entre outras entidades.