Luanda – Os angolanos estão expectantes em ouvir a mensagem sobre o Estado da Nação a ser proferida segunda-feira pelo Presidente da República, João Lourenço, no quadro da abertura do Ano Parlamentar.
O Presidente da República fala ao país em conformidade com o artigo 118º da Constituição sobre o Estado da Nação, marcando também a abertura do ano parlamentar.
Os entrevistados esperam ouvir do Chefe de Estado soluções e caminhos para se atenuar os efeitos da crise económica e financeira do país, cujos reflexos impactam negativamente no quatidianos dos angolanos.
Entre os entrevistados, a professora Domingas António, residente em Luanda, manifesta-se ansiosa e espera uma abordagem sobre a actual situação do país, onde se deve explicar as razões e as soluções para a saída da crise económica.
Referiu que os angolanos querem ouvir do Chefe de Estado os caminhos para a saída da crise que grassa o país, nomeadamente os porque e como resolver a actual subida vertiginosa do dólar e dos preços dos principais produtos.
Já António Dengue, estudante, quer, entre outros, saber da implementação das autarquias locais e das grandes linhas de gestão do país.
"Estou ansioso em ouvir o PR a dissertar sobre os problemas que afligem o dia a dia do cidadão, nomeadamente os preços dos produtos, os transportes rodoviários e a sinistralidade, política habitacional para os jovens e acesso ao crédito", disse.
Na cidade do Sumbe, Cuanza Sul, actores políticos e membros da sociedade civil mostraram-se expectantes em relação ao discurso, esperando que o mesmo reflicta a actual situação que o país vive.
Em declarações à ANGOP, a segunda-secretária provincial da OMA, Inácia Eduardo, disse esperar que o Presidente João Lourenço aborde as políticas do Executivo para reverter o elevado índice de preços dos bens alimentares, assim como o programa de combate à pobreza levado a cabo pelo Executivo.
Já o secretário local do PRS, Daniel Danique Kaombo, espera que o Titular do Poder Executivo apresente soluções para reverter a actual crise económica que o país atravessa.
“Espero que o Presidente apresente soluções para resolver o problema das vias secundárias e terciárias, tendo em conta o desenvolvimento da agricultura”, salientou.
Entretanto, o representante da Confederação das Associações de Camponeses e Cooperativas Agro-pecuárias do Cuanza Sul, David Nunes, disse que a classe espera palavras de conforto e incentivo, destacando a importância do sector agrícola na garantia da segurança alimentar.
“Queremos ouvir uma mensagem de apoio ao sector agrário, para que o país não possa continuar a depender do petróleo e do diamante, visto que temos terras férteis, clima e água abundante para o desenvolvimento da agricultura”, acrescentou.
O docente Carlos Araújo quer ouvir os projectos do Governo ligados ao sector da educação, com vista a melhoria da qualidade do sistema de ensino, bem como a construção e apetrechamento das escolas.
O jurista António Lucas defendeu a necessidade do Chefe de Estado reforçar o combate à corrupção, sobretudo os crimes de colarinho branco, assim como o programa do Executivo para melhorar o sector da justiça.
No Bié, o professor Fernando Manuel sublinhou a necessidade do Presidente João Lourenço falar dos programas em vista tendentes à redução dos preços da cesta básica, uma situação que está a pesar no bolso da população.
Disse ter igualmente esperança que o Chefe de Estado fale das estratégias do Estado para continuar com a subvenção, visando a redução dos preços dos combustíveis, visto que influenciaram no aumento do custo de vida dos angolanos.
Já Helena Firmino, funcionária pública, espera ouvir do Presidente João Lourenço um discurso versado na construção de mais infra-estruturas sociais, normalmente escolas e hospitais, melhoria das estradas que ligam as zonas rurais, visando continuar a oferecer serviços de qualidade.
Segundo ela, João Lourenço deve ainda tocar na aposta à agricultura e outros investimentos do sector da indústria transformadora, para garantir a conservação dos alimentos de produção nacional.
Enquanto isso, o docente universitário Adolfo Ucuassapi espera ouvir do Presidente propostas para o desagravamento do Imposto do Rendimento do Trabalho (IRT), que, entre outros factores, está a retirar o poder de compra dos funcionários e trabalhadores no geral.
Para si, a necessidade de realização das autarquias locais, para o fortalecimento da democracia e unidade nacional, constitui igualmente imperioso no discurso sobre o Estado da Nação.
Adolfo Ucuassapi espera que o Presidente da República, João Lourenço, fale também das estratégias para combate à corrupção, fenómeno que, no seu entender, prejudica a boa governação em qualquer país do mundo.
Em Ondjiva, Cunene, Ana Ngupita, estudante do 5º ano de Engenharia Agronómica, no Instituto Superior Politécnico de Ondjiva, espera que o Presidente da República no seu discurso realça a reforma económica existente para o desenvolvimento sócio-económico das famílias.
Apontou igualmente aspectos ligados ao ensino superior, sobretudo aos estágios profissionais para os jovens que terminam a formação.
Nesta senda, argumentou a reparação das vias de acesso de modo a facilitar o escoamento de produtos do campo para cidade e evitar a importação, apoio às famílias camponesas, de modo a aumentar o nível de produção de alimentos e combater a fome e a pobreza.
Por outro lado, Fiel Joanis, finalista do curso de Direito da Universidade Mandume ya Ndemufayo, aponta como expectativa uma radiografia sobre questões que afligem a sociedade angolana, assim como as políticas públicas existentes para solucionar os problemas sociais.
Gostaria que o presidente abordasse de forma clara os reais problemas que o povo angolano enfrenta, mas também as políticas ligadas à agro-pecuária como base de combate à pobreza e do bem-estar das famílias.
Para o Cunene, realçou, a atenção deve estar virada para as acções de combate a seca, com a construção de projectos estruturantes, legalização do ensino universitário privado que poderá agregar muitos valores.
Pedro Manuel, estudante do curso de gestão e informática, espera um discurso congregador e de esperança, face à situação sócio-económica que o país atravessa, assim como maior atenção para o sector social, fundamentalmente na área do emprego, acesso a habitação, saúde, educação e ensino superior.
"A primeira expectativa é que o presidente traga políticas que acalentem a esperança das famílias, sobretudo aquela que não dispõe de poder de compra, de modo que tenham esperança de dias melhores", disse.VIC