Luanda - O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, afirmou, em entrevista publicada quinta-feira, que Angola sempre trabalhou para ter uma relação de proximidade com os Estados Unidos da América, no quadro de uma cooperação mutuamente vantajosa.
Em entrevista ao jornal norte-americano "The New York Time", transmitida pela TPA, a propósito da visita a Angola do Presidente dos EUA, Joe Biden, o Estadista justificou a aposta nesta cooperação por ser a primeira potência mundial.
“Obviamente que todos os países procuram ter um bom relacionamento com os Estados Unidos da América. E a Angola não é uma excepção”, sublinhou.
Frisou que este esforço da parte da Angola sempre existiu, exemplificando que no tempo da Guerra Fria, houve essa tentativa de aproximação e lembrou que o final da guerra contra o regime do Apartheid foi assinado em Nova Iorque.
“Os famosos Acordos de Nova Iorque que puseram fim ao conflito que a Angola tinha com o regime do Apartheid”, aclarou.
Segundo João Lourenço, daí a importância da América, entre outras razões, para a Angola.
Perante o contexto menos bom da relação entre os dois países registado durante a guerra fria questionado pelo jornalista do The New York Time, João Lourenço respondeu que nas relações entre os Estados, “temos que ser sempre positivos e pensar para frente”.
“E ser positivo é fazer o que fez o Japão, é fazer o que fez o Vietname que estiveram em conflito com os Estados Unidos da América, em concreto, em determinada fase da história dos respectivos países, e que hoje são grandes parceiros dos norte-americanos e com isso os seus países desenvolveram-se o suficiente”, fundamentou.
Referiu que Angola enveredou pela economia do mercado, e não há país com este sistema que não tenham relações com os Estados Unidos da América.
Neste sentido, vincou que o objecto é atrair investimento americano para o desenvolvimento da economia, abrir as portas do mercado americano para os investidores angolanos, portanto, “por todas essas razões, nós tínhamos necessariamente que dar este passo”.
“Pode ter pecado apenas por ser, digamos, tardio, mas, como se costuma dizer, antes de tarde do que nunca”, completou a resposta.
É neste contexto, de acordo com o Presidente João Lourenço, que Angola espera pela visita de Joe Biden, realçando que, em primeiro lugar, para um estreitamento maior das relações de amizade e de cooperação já existentes entre os nossos dois países.
A visita do Presidente Joe Biden está marcada para 2 a 4 de Dezembro, estando previsto um um encontro bilateral com o seu homólogo angolano, em Luanda, e a deslocação à província de Benguela, sede das infraestruturas do Corredor do Lobito.ART