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Angola saúda medidas para o incremento da cooperação China-África

     Política              
  • Luanda • Quinta, 05 Setembro de 2024 | 16h04
Ministro das Relações Exteriores, Téte António
Ministro das Relações Exteriores, Téte António
Domingsos Cardoso - ANGOP

Luanda – Angola saudou as 10 medidas anunciadas, esta quinta-feira, em Beijing, pelo Presidente da China, Xi Jinping, tendentes ao reforço da cooperação do país asiático com África, que inclui igualmente a conectividade.

O facto foi expresso pelo ministro da Relações Exteriores, Téte António, durante a reunião de Alto Nível sobre Cinturão e Rota de Alta Qualidade, decorrida em Beijing, inserida no programa do nono Fórum de Cooperação China-África, durante o qual Xi Jinping anunciou as medidas.

Perante um auditório composto por chefes de Estado e de Governo, bem como de representantes de Organizações Internacionais e Regionais, o ministro Téte António afirmou que o evento acontece num momento em que se impõe a construção de uma rede de conectividade tridimensional.

Sublinhou que a rede deve apoiar a economia mundial aberta, a realização de cooperação pragmática, como mecanismo de promoção do desenvolvimento verde, inovação científica e tecnológica, com vista a facilitar o intercâmbio entre pessoas, bens e serviços.

A Iniciativa Cinturão e Rota de Alta Qualidade, lançada pela China em 2013, é uma das mais ambiciosas iniciativas de infraestruturas e desenvolvimento global do tempo actual, com foco na construção de uma rede de infraestruturas inter-conectadas e na promoção do comércio internacional.

A cooperação, neste âmbito, é vital para o desenvolvimento de parcerias estratégicas e cooperativas abrangentes China-África.

Incorpora o espírito de amizade e cooperação China-África num novo contexto histórico, uma forma de cooperação caracterizada pela sinceridade e amizade, igualdade e benefício mútuo, desenvolvimento comum, equidade e justiça, e progresso em sintonia com os tempos.

No âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota, a China e África embarcaram numa nova era de complementaridade nas estratégias de desenvolvimento.

Abriram-se novas perspectivas na colaboração em infra-estruturas, criou-se uma plataforma para a cooperação comercial e de investimento, assim como foram alcançados progressos inovadores na redução da pobreza e na partilha de benefícios, ao mesmo tempo que atingiu-se novos patamares na cooperação científica, tecnológica e cultural.

Dez medidas

Entre as dez medidas para o reforço da cooperação China-África apresentadas pelo Presidente Xi Jinping, consta o apoio a África com 360 mil milhões de yuan (45,8 mil milhões de euros) até 2027 e ajudar a criar um milhão de empregos no continente africano.

Prometeu ainda que o país irá investir pelo menos 70 mil milhões de yuan (8,9 mil milhões de euros) no bloco africano.

Afirmou que o país está pronto para aprofundar a cooperação com o continente no domínio económico, sublinhando que “as relações entre a China e África vivem o melhor período da história.

No seu entender, a China e a África devem permanecer unidas e defender os seus direitos legítimos num momento em que o mundo está a passar por mudanças sem precedentes.

Anunciou 30 projectos de infra-estruturas e renovou a promessa de aumentar as importações agrícolas de África, intenção que já tinha manifestado na edição anterior do FOCAC, em Dacar, em 2021.

O dirigente enfatizou ainda que a China ajudará África a "promover a modernização ecológica, o desenvolvimento verde e a transição para a tecnologia de baixo carbono".

Informou  também que a China vai doar mil milhões de yuan (127 milhões de euros) em ajuda militar a África, bem como dar formação a seis mil militares.

A China é o maior parceiro comercial do continente africano, com o comércio bilateral a atingir 167,8 mil milhões de dólares (151,8 mil milhões de euros) na primeira metade do ano, de acordo com a imprensa oficial chinesa.

No total, 50 líderes de países africanos e o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, estão presentes na cimeira, de acordo com a imprensa chinesa.

O FOCAC, que decorre até sexta-feira, serve para as duas partes aumentarem a unidade e a cooperação entre os países em desenvolvimento, reforçar a força do Sul Global, defender conjuntamente a equidade e a justiça internacionais e promover a paz e o desenvolvimento do mundo.

Desde o início do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o continente africano, em 1950, a cooperação entre a África e o gigante asiático têm testemunhado uma evolução contínua na arena internacional.

O Fórum foi estabelecido como um mecanismo de consulta de diálogo conectivo, além de representar um passo orientado para o futuro da cooperação entre as partes, e um modelo importante no âmbito da cooperação Sul-Sul, em busca de um desenvolvimento comum.ART

 

 





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