Luanda - O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, anunciou, esta quinta-feira, a saída de Angola da OPEP.
A decisão, devidamente ponderada, foi tomada em sessão do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço.
"Sentimos que neste momento Angola não ganha nada mantendo-se na organização e, em defesa dos seus interesses, decidiu sair", referiu.
Realçou que o país sempre cumpriu com as suas obrigações e lutou o tempo todo para ver a OPEP se modernizar, ajudar os seus membros a obter vantagens.
Em declarações à Imprensa, o ministro esclareceu que "quando estamos nas organizações e as nossas contribuições, as nossas ideias, não produzem qualquer efeito, o melhor é retirar-se".
O ministro afirmou que foi uma decisão soberana e ponderada, prometendo que o país vai continuar a respeitar, pela importância e a estabilidade dos preços, à organização.
Angola, disse, doravante vai apostar na procura de mais petróleo, na luta contra o declínio natural, de estabilização da produção nacional e dos esforços das estratégias de refinação, de petroquímica, de armazenamento de combustíveis, de transformação da Sonangol.
A decisão de Angola de abandonar a OPEP foi já, está quinta-feira, transformada em decreto lei, assinado pelo Presidente da República, João Lourenço.
Angola protestou, no princípio do mês, da decisão da 36° reunião ministerial da OPEP+ de atribuir uma quota de produção de um milhão 110 mil barris de crude dia, contrariando a proposta angolana de um milhão 180 mil barris diários.
Angola aderiu voluntariamente a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em 2006.
A OPEP é uma organização intergovernamental de 13 nações, fundada em 15 de Setembro de 1960 em Bagdad pelos cinco membros fundadores (irão, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela).
Tem a sua sede, desde 1965, em Viena, Áustria, e em Setembro de 2018, os 14 países membros representavam 44% da produção global de petróleo e 81,5% das reservas comprovadas do mundo.
A OPEP goza de uma grande influência nos preços globais de petróleo, previamente determinados pelos chamados agrupamento "Sete irmãs" de empresas multinacionais de petróleo. JFS/VIC