Adis Abeba (Dos enviados Especiais) - O ministro das Relações Exteriores, Téte António, ressaltou, esta quarta-feira, em Adis Abeba, a importância da parceria estratégica entre a União Africana (UA) e a União Europeia (UE), para o desenvolvimento dos países africanos.
O chefe da diplomacia angolana falava à imprensa, à margem da 42ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo da União Africana (UA), que prepara a 36ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização, a decorrer sábado e domingo.
Segundo o ministro, as parcerias que a UA estabeleceu com outros continentes e países são necessárias, notando que elas devem ser adaptadas às circunstâncias actuais e fazer com que o continente africano beneficie efectivamente delas.
"Há uma parceria estratégica entre a UA a UE, mas também a Espanha tem um plano de cooperação com o continente africano", disse o ministro, para quem a parceria da Espanha com África ficou bem patente na recente visita que o Rei Felipe VI efectuou a Angola.
O ministro informou, por outro lado, que Angola vai assumir o Comité das Finanças da União Africana, na pessoa da ministra Vera Daves de Sousa.
O Conselho Executivo da UA analisou, hoje, o relatório de progresso sobre o estabelecimento e a operacionalização da Agência Africana de Medicamentos (AMA).
A esse respeito, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse que Angola vai apoiar a iniciativa e reforçou a necessidade de o país ser partícipe activo da organização continental.
Lembrou que em Angola já foi criada, por Decreto Presidencial, a Entidade Reguladora de Medicamentos e Equipamentos.
A titular da pasta da Saúde manifestou a necessidade de o continente africano estar mais organizado, por sofrer bastante com medicamentos contrafeitos.
"Temos que estabelecer parcerias para termos uma indústria organizada e uma produção efectiva de medicamentos no continente e garantirmos a sua certificação", expressou.
Este ano, a 36ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UA realiza-se sob o lema "Acelerar a Implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA)
Para o ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, com esse tema a Cimeira vem cimentar o compromisso que os Chefes de Estado e de Governo têm tido com a implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA).
"Temos muita esperança que, com essa Cimeira, saiamos com um cronograma de acções que vão, efectivamente, fazer essa aceleração", enfatizou.
O ministro disse estar confiante que a Zona de Comércio Livre Continental Africana vai contribuir para o aumento das trocas comerciais entre os Estados-Membros "e as nossas economias bem precisam disto".
A Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) é um projecto emblemático da Agenda 2063, que visa criar um mercado único africano de mercadorias e serviços facilitado pela livre circulação de pessoas e capital.
O seu objectivo é aprofundar a integração económica, promover e alcançar o desenvolvimento sócio- económico sustentável e inclusivo, a igualdade de género, a industrialização, o desenvolvimento agrícola, a segurança alimentar, transformação estrutural e o desenvolvimento humano inclusivo.
Ao promover uma estreita colaboração com todos os órgãos e agências especializadas relevantes da UA, o tema de 2023 pretende contribuir para acelerar a implementação do Acordo da ZCLCA e contribuir para a consecução das aspirações e objectivos da Agenda 2063.
Candidaturas na UA
Angola participou, esta quarta-feira, em Adis Ababa, na Comissão Ministerial da UA para as Candidaturas no âmbito do Sistema Internacional, à margem da 42ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo da organização continental.
O evento avaliou o relatório sobre a implementação das decisões anteriores, eleições de representantes de Estados-Membros, factores de sucesso e desafios, bem como candidaturas que requerem acção adicional.
Angola esteve representada nesta reunião pela secretária de Estado para as Relações Exteriores, Esmeralda Mendonça.