Luanda - Angola constrói a política externa de paz e segurança na base da sua própria experiência e compromisso com a promoção permanente da reconciliação nacional, unidade e coesão nacional e o fortalecimento da democracia e do Estado de direito.
A afirmação foi pronunciada pelo representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Francisco da Cruz, ao discursar quinta-feira no debate de Alto Nível do Conselho de Segurança sobre a “Consolidação e Sustentação da Paz: “A Nova Agenda para a Paz – Abordando Aspectos Globais, Regionais e Nacionais da Prevenção de Conflitos”.
Enfatizou, na ocasião, o facto de o Chefe de Estado, João Lourenço, na qualidade de Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África e Presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, estar envolvido em várias iniciativas diplomáticas a favor da paz e estabilidade na Região dos Grandes Lagos.
Lembrou que, como parte do mandato da União Africana, o Presidente João Lourenço tem mediado as tensões políticas entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda, o que resultou na assinatura do cessar-fogo a partir de 4 de Agosto de 2024, no âmbito do processo de Luanda.
Francisco da Cruz deu a conhecer os resultados da 3ª reunião ministerial entre a RDC e o Rwanda, ocorrida em Luanda, nos dias 20 e 21 de Agosto, que analisaou uma proposta de Acordo de Paz duradoura, submetida pelo Presidente João Lourenço aos seus homólogos da RDC e do Rwanda, nomeadamente Felix Tshisekedi e Paul Kagame.
A propósito, revelou que os ministros decidiram realizar uma reunião de peritos nos dias 29 e 30 deste mês, para abordar aspectos específicos do Acordo, voltando a reunir-se nos dias 9 e 10 de Setembro, em Luanda, para finalizar as discussões e criar as condições diplomáticas para uma Cimeira entre os Presidentes da RDC e de Rwanda num futuro próximo.
Segundo o diplomata, tratando-se de um país que suportou décadas de conflito interno, Angola valoriza a importância estratégica da cultura de paz”, refere uma nota de imprensa a que ANGOP teve acesso esta sexta-feira.
Lembrou que o país tem sediado o “Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz - Bienal de Luanda” a cada dois anos, em colaboração com a União Africana e a UNESCO, para fortalecer o movimento pan-africano por uma cultura de paz e não violência, a fim de contribuir para a concretização de uma África integrada, pacífica e próspera, estando a próxima edição prevista para Novembro de 2025.
Na sua intervenção, o representante permanente de Angola junto das Nações Unidas referiu que a prevenção de conflitos é a pedra basilar para garantir a paz, a estabilidade e o desenvolvimento sustentável no continente, à luz da Agenda 2063 da União Africana.
Neste quadro, deu conta que Angola congratula-se com a adopção da resolução 2746 do Conselho de Segurança da ONU, de 6 de Agosto, que autoriza a MONUSCO a apoiar a SAMIDRC com vista a contribuir para o esforço de paz no Leste da RDC, bem como a resolução 2719 de 21 de Dezembro para o financiamento das operações de apoio à paz da União Africana (UA).
Durante dois dias, o debate aberto do Conselho de Segurança da Nações Unidas contou com mais de 60 intervenções. A Serra Leoa é o presidente do órgão durante o mês de Agosto. DC