Luanda – Angola registou, em 2023, sessenta e oito mil e 268 casos de tuberculose que provocaram 503 mortes, menos 507 em relação ao ano anterior, informou, esta segunda-feira, em Luanda, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.
De acordo com a governante, que falava à imprensa no final da 2ª sessão ordinária da Comissão Nacional de Luta contra o VIH/SIDA e Grandes Endemias (CNLS-GE), orientada pela vice-presidente da República, Esperança da Costa, deste número 80 mil doentes foram diagnosticados em unidades sanitárias.
“Em 2023, o sector da Saúde começou a registar um aumento da taxa de sucesso do tratamento, resultante do aumento da testagem do DOT Comunitário e de acções coordenadas entre os vários sectores”, salientou.
(O DOT serve para garantir que o paciente recebe e toma todos os medicamentos conforme prescritos e para monitorar a sua resposta ao tratamento).
Dados do Programa Nacional de Controlo da Tuberculose (PNCT) apontam, entre 2018 e 2022, para a expansão da rede de serviço de 13 (6,3%) para 36 hospitais (17,3%), entre nacionais, provinciais e municipais.
Sílvia Lutucuta referiu que, no período em referência, o número de províncias com capacidade de diagnóstico de casos de tuberculose fármaco-resistente subiu de 14 para 18, bem como de municípios com serviços de atendimento de 111 para 155, correspondente a uma cobertura de 95% em todo o país.
Combate à Malaria
Na ocasião, a ministra da Saúde referiu que Angola reduziu, igualmente, entre 2022 e 2023, o número de mortes por malária, de 12 mil para nove mil óbitos, apesar do aumento de casos da doença.
Disse que este resultado deve-se ao aumento do acesso aos cuidados de saúde, ao diagnóstico precoce e ao tratamento oportuno.
Acrescentou que, em relação aos desafios, a nível do controlo vectorial propõe-se o reforço de acções a nível local, na continuação da mobilização de recursos financeiros e formação contínua de quadros.
Doença do sono
Em relação ao combate à doença do sono, a responsável realçou os vários ganhos registados, com destaque para o reforço da luta antivectorial integrada com a questão da mobilidade nos municípios endémicos da enfermidade, o aumento das expedições do rastreio activo às zonas recônditas e a introdução do diagnóstico molecular no Instituto de Combate e Controlo da Tripanossomíase.
Ainda em relação à triponossomíase, os ministérios da Saúde e da Agricultura e Florestas estão a reforçar parcerias, juntamente com os governos provinciais e as administrações municipais, para o controlo da mosca e dos reservatórios, visando alcançar a incidência de 1/10.000 habitantes durante cinco anos.
Actualmente, Angola tem uma incidência de 5/10.000 habitantes.
A tripanossomíase, nome científico da doença do sono, é uma enfermidade das zonas rurais. O habitat natural são as galerias florestais e as matas fechadas, onde há temperaturas que oscilam entre 19 e 25 graus.
VIH/SIDA
No caso do VIH/SIDA, Sílvia Lutucuta avançou estarem sob controlo das autoridades sanitárias 310 mil doentes, dos quais 190 mil do sexo feminino, com uma taxa de prevalência de dois por cento, e 35 mil crianças entre os zero e os 14 anos.
Os dados apontam para um universo de 15.000 novas infecções e 13.000 mortes relacionadas com a SIDA, sem a precisão do período de tempo.
Para fazer face aos números, segundo a ministra, as unidades sanitárias aumentaram para 116 por cento a capacidade de testagem, em 2022, em relação a 2017, e dos serviços do Programa de Prevenção de Transmissão do VIH de Mãe Para Filho, de 650, em 2017 para 881, em 2022, bem como a expansão do acesso à carga viral e diagnóstico precoce infantil para as 18 províncias.
Disse ter informado aos membros da comissão sobre os objectivos, metas, eixos estratégicos, orçamento, principais actividades, desafios e prioridades do VII Plano Estratégico Nacional da Resposta ao VIH/SIDA, documento que propõe a redução das novas infecções por VIH e a mortalidade relacionada à SIDA, mitigar os determinantes sociais que agravam a epidemia e eliminar o estigma e a discriminação relacionados à doença.
O plano estabelece que atenção especial deve ser dada às populações vulneráveis, através de acções coordenadas multissectoriais e da participação da comunidade, enfatizando a importância de se trabalhar afincadamente na implementação do Plano Estratégico de Eliminação do VIH/SIDA na criança até 2030.
O VII Plano Estratégico Nacional da Resposta ao VIH/SIDA propõe-se reduzir as novas infecções pelo VIH e a mortalidade relacionada à SIDA, mitigar os determinantes sociais que agravam a epidemia e eliminar o estigma e a discriminação relacionados à doença.
A CNLS-GE, coordenada pela vice-presidente da República, Esperança da Costa, tem como atribuições, entre outras, coordenar e orientar toda a política de luta, promover o envolvimento dos diferentes parceiros do Governo, mobilizar os recursos necessários e desenvolver acções susceptíveis de melhorar o conhecimento sobre o VIH/SIDA e as Grandes Endemias que assolam o país. FMA/MCN/ADR