Luanda – Duas mil seiscentas e quarenta e oito pessoas morreram e 12 mil 922 ficaram feridas, em consequência de 12 mil 226 acidentes de viação ocorridos em 2021, em Angola.
A informação consta do comunicado de imprensa da I Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Viação e Ordenamento do Trânsito, realizada esta sexta-feira, em Luanda, sob orientação do vice-presidente da República, Bornito de Sousa.
Relativamente ao ano de 2020, o documento indica que houve, em 2021, um aumento de 734 óbitos, de dois mil 580 feridos e de dois mil e 433 acidentes nas estradas do país.
Luanda, com dois mil 884 sinistros, Huíla (mil 401), Benguela (mil 26), Huambo (921) e Bié (593) lideram a lista das províncias com o maior número de acidentes.
O comunicado atribui ao excesso de velocidade, à falta da iluminação nas vias, ao mau estado técnico dos veículos e das vias, à condução em estado de embriaguez, às ultrapassagens irregulares e à travessia de peões como principais causas da sinistralidade rodoviária
Redução da sinistralidade rodoviária
Para reverter o quadro, o Conselho Nacional de Viação e Ordenamento do Trânsito defende a contínua aplicação da Estratégia Nacional de Prevenção e Segurança Rodoviária 2019/2022, a promoção de uma cultura de educação rodoviária e elevação dos níveis de segurança nas estradas.
De acordo com a estratégia, Angola propõe-se, em 2022, a reduzir a taxa de mortalidade por acidentes de 26.9 para 18.2 mortes por 100 mil habitantes.
Reabilitação e gestão de estradas
A reunião apreciou ainda o projecto de construção, manutenção, reabilitação e gestão de estradas, que inclui a sinalização horizontal e vertical, no quadro do programa de infra-estruturas rodoviárias, necessárias à integração regional dos Estados membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Durante o encontro, foram prestadas informações sobre os programas em curso desde 2021, tais como a construção de 20 pontes, a aquisição de uma ponte metálica e a construção e reabilitação de 900 quilómetros de estradas.
Foram também reportados os trabalhos de conservação de mil 824 quilómetros de vias de um total de 84 estradas, bem como a terraplanagem de quatro outras.
De igual modo, foi analisado o projecto de regulamento da actividade de moto-táxi, que visa disciplinar a actividade de transporte de passageiros e de carga por motociclismo e triciclos.
Melhoria da mobilidade urbana
Foi igualmente discutido o plano de medidas para a melhoria da mobilidade urbana de Luanda, que comporta o reforço da regulamentação e ordenamento das infra-estruturas dos transportes de passageiros.
Em declarações à imprensa, o comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-geral Arnaldo Carlos, prometeu adoptar um conjunto de medidas para melhorar a fiscalização do trânsito rodoviário no país.
Informou que está prevista a aquisição de meios electrónicos para ajudar a fiscalização do trânsito, a fim de se evitar importunar os automobilistas sem razões justificadas.
O comandante-geral da Polícia Nacional defendeu também a aposta na educação, nas escolas, sobre as normas básicas de trânsito, a partir do nível pré-escolar, visando a redução de acidentes e mortes nas estradas do país.
Aumento de transportes públicos
Por sua vez, o técnico do Ministério dos Transportes Énio Costa informou que o Estado pretende garantir uma maior oferta de transportes públicos, a fim de melhorar a mobilidade rodoviária e a transportação regular de passageiros.
Declarou aos jornalistas que se pretende avançar com a profissionalização da actividade de moto-táxi, dotando os operadores de conhecimentos sobre regras de segurança rodoviária, ética, cidadania, domínio de veículo e a atribuição da carteira profissional.
Por outro lado, manifestou preocupação com alguns actos de vandalização de infra-estruturas públicas, incluindo os novos autocarros públicos adquiridos pelo Executivo.