Luanda – A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, reafirmou, esta terça-feira, em Sharm El-Sheik (Egipto), o compromisso do país em continuar a trabalhar na captação de investimentos, no âmbito da operacionalização dos sistemas de alerta precoce.
Tal compromisso obedece também ao postulado nas Declarações de Maputo sobre a Gestão Sustentável e Integrada das Florestas de Miombo, declarou Esperança da Costa, num evento sobre a operacionalização do Sistema Africano Multi–Risco de Aviso Prévio.
Na sua intervenção, agradeceu ainda pelo convite do Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, para participar neste evento, tendo realçado que a COP27 marca a viragem de prioridade da Agenda Africana para redução da crise climática e a recuperação da Covid.
Disse que a República de Angola, no âmbito da sua agenda nacional tem orientado a sua atenção no fortalecimento do ambiente de investigação científica, incluindo na melhoria da sua rede de observação da terra, através do reforço da rede meteorológica nacional, assim como do desenvolvimento do capital humano.
Neste sentido, argumentou, “Angola está ligada à iniciativas de âmbito regional e tem participado em projectos financiados através da União Africana e relacionados com a inter- transdisciplinaridade das temáticas deste evento paralelo”.
Destacou ainda os projectos relacionados com a elaboração do Atlas sobre Reservatórios e Barragens da África Austral (DRASA), uma base aberta de partilha de dados neste domínio e o monitoramento e avaliação de Zonas Húmidas Transfronteiriças das Bacias Hidrográficas da África Austral (WeMAST).
De acordo com a Vice-Presidente, Angola reconhece as grandes consequências das alterações climáticas e dos gases de efeito estufa, bem como das vulnerabilidades que ocasionam desastres e eventos cada vez mais acentuados, daí a urgência da reflexão crucial para identificar, de forma conjunta, as soluções e políticas públicas que visem reverter a actual situação.
Fez ainda menção ao facto de Angola juntar-se a outros países que integram a iniciativa SASSCAL, desde 2017, da rede de Miombo da África Austral, cuja atribuição principal consiste no fornecimento de informações científicas e orientação política para um futuro melhor das florestas de Miombo nos seus países de distribuição, com o objectivo de melhorar os benefícios e os meios de subsistência humanos, do ecossistema florestal de Miombo.
Desta forma, argumenta Esperança da Costa, Angola está a trabalhar no sentido da materialização da Declaração de Maputo, sempre na perspectiva do perfeito alinhamento que permita promover acções conjuntas, coordenadas e integradas, para recuperação, gestão, monitoramento e conservação das florestas de Miombo e outras formações florestais em toda a região da SADC.
Energia e Transição Verdena África Austral
Ainda esta terça-feira, a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, participou do evento paralelo sobre “Energia e Transição Verdena África Austral”, numa iniciativa das autoridades da Tânzania.
Na sua intervenção, disse que a COP, e as reuniões que aqui se desenvolvem, monstram o engajamento dos Chefes de Estado africanos em, rapidamente, encontrar soluções para que se possa ultrapassar as grandes vissitudes e os impactos das alterações climáticas que têm devastado o continente, criado situações de vulnerabilidade da população, que sofre das inundações e da seca extrema, que vem agudizando o problema da pobreza.
De tal forma que, disse ainda, obriga à rapida elaboração de novas estratégias e programas para assegurar a segurança alimentar e o desenvolvimernto sustentável em prol das populações.
É neste contexto que Angola assossia-se aos Chefes de Estado e ao Grupo Africano no engajamento para que possa atingir a meta de 70 por cento de energias renovaveis, sejam elas eolicas, fotovoltaicas ou hídricas, até 2025, no âmbito do compromisso assumido na COP26, que teve lugar em Glasgow (Escócia).
Reafirmou que, neste particular, Angola também tem estado a introduzir energias renovaveis, com destaque para a província de Benguela, e que se associa a outras iniciativas que possam permitir a recuperação rápida de África, bem como a aceleração da adaptabilidade e da resiliência das nossas comunidades.
Apelou ainda às instituições financeiras ligadas ao sector privado e às organizações não-governamentais para que se juntem a estas iniciativas de África.
A conferência climática da ONU arrancou no domingo e decorre até dia 18, em Sharm el-Sheikh, no Egipto, com um novo alerta sobre a aceleração do aquecimento global, cujo financiamento dos danos a países pobres está pela primeira vez, oficialmente, na lista dos debates.
Além das "grandes questões a presidência egípcia da COP27 programou dias temáticos e eventos paralelos, dedicados a temas como finanças, ciência, juventude, descarbonização, perda de biodiversidade, água, agricultura, água ou energia.
A COP27, que marca o 30.º aniversário da adopção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla original) mantém basicamente os mesmos objectivos de outras cimeiras desde 2015.