Luanda - Angola poderá produzir hidrogénio verde com capacidade para 280 toneladas até 2025, revelou esta terça-feira, em Luanda, o secretário de Estado da Energia, Arlindo Carlos.
O responsável falava no simpósio sobre o combate à carência energética na região da SADC, circunscrito no papel dos parlamentares na promoção de políticas de energias renováveis e na criação de um mercado energético regional único.
O hidrogênio verde é uma fonte de energia limpa que só emite vapor de água é não deixa resíduos no ar, ao contrário do carvão e do petróleo.
"É nossa firme convicção que vamos nos associar à produção do hidrogénio verde até 2025, criando uma capacidade de 280 mil toneladas", assegurou o secretário de Estado.
No simpósio, que decorreu à margem da 55.ª Assembleia Plenária do Fórum Parlamentar da SADC, o secretário de Estado informou que já existem acordos entre a Sonangol e uma empresa alemã, que pretende exportar esse hidrogénio verde.
Disse, igualmente, existir perspectivas de conexões regionais de electricidade entre Angola, República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia.
"Pensamos nos interligar à Zâmbia e a RDC por intermédio de uma linha de corrente continua de alta tensão de 500 kilovots, para que possamos levar a electricidade produzida em Angola nestes dois países vizinhos", assinalou.
Disse ser um projecto estimado em mil milhões e cem milhões de dólares, ao qual deverão contar com parceria privada.
Fez saber que a previsão para a conclusão deste projecto é o ano de 2028.
Capacidade eólica e hidroeléctrica
Segundo o secretário de Estado, do ponto de vista eólico, Angola tem uma potência correspondente a três mil megawts, o que corresponde três jigawts.
Em relação à capacidade hidroeléctrica, revelou que o país dispõe de um potencial notável parte do qual já desenvolvido estimado em 18 mil megawts.
"Dispomos de muitos eixos que deverão ser desenvolvidos em várias modalidades que, convertidos em electricidade, podem ser associadas ao plano industrial não só de Angola como da região da SADC", exprimiu.
Segundo o secretário de Estado, o país está com um potencial de 18 mil megawts do ponto de vista de electricidade, como resultado de contribuição de várias bacias hidrográficas, sendo a principal a bacia do médio Cuanza.
Fez saber que na bacia do médio Cuanza está a ser erguida a maior barragem hidroeléctrica de Angola (Caculo- Cabaça) com uma capacidade instalada de dois mil e 172 megawts.
Indicou que infra-estrutura económica deverá dispor de uma capacidade superior a hidroeléctrica de Laúca e constar do leque das maiores barragens hidro-eléctricas de África e a maior na África Austral.
"Existem capacidades similares identificados ao nível de Moçambique e da África ocidental, mas, ainda assim, nenhum destes projectos supera a capacidade que deverá dispor a central hidroeléctrica de Caculo-Cabaça", sustentou.
Centrais solares
Informou que Angola desenvolveu também importantes projectos solares como como as centrais hidroeléctrica do Biópio com capacidade de 188 megawts e a central da Baía-Farta com 96,97 megawts.
Fez também referência a central eólica de Caraculo, "que teve um modelo de desenvolvimento interessante que pode ser explorado no Plano de Desenvolvimento do Recurso solar para a disponibilização de electricidade a população e necessidades industriais da regulação da SADC".DC/VIC