Luanda - O ministro das Relações Exteriores, Téte António, representou esta quinta-feira, em Beijing, o Presidente da República, João Lourenço, no 9º Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).
A cerimónia oficial do evento foi orientada pelo Presidente da China, Xi Jinping, e contou com as intervenções de vários chefes de Estados africanos.
Na ocasião, Xi Jinping afirmou que a União Africana (UA) é uma bandeira que orienta a unidade e o auto-fortalecimento de África e importante plataforma para a cooperação internacional.
O estadista chinês disse também que o seu país está pronto a elevar a comunidade China-África com um futuro compartilhado a um novo nível, considerando África como uma grande prioridade para a diplomacia do país.
Por esta razão, assegurou estar disposto a aumentar o intercámbio político, aprofundar a confiança mútua estratégica, compartilhar experiências e promover o desenvolvimento comum com o continente africano.
Segundo Xi Jinping, a China e a África “são a força firme para defender os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento, assim como defender os propósitos da Carta da ONU, salvaguardar o multilateralismo, a equidade e a justiça Internacional”.
Um milhão de empregos
Durante o seu discurso, o Presidente da China prometeu apoiar África com 360 mil milhões de yuan (45,8 mil milhões de euros) até 2027 e ajudar a criar um milhão de empregos no continente africano.
Xi prometeu ainda que o país irá investir pelo menos 70 mil milhões de yuan (8,9 mil milhões de euros) no bloco africano.
Afirmou que o país está pronto para aprofundar a cooperação com o continente no domínio económico, sublinhando que “as relações entre a China e África vivem o melhor período da história.
No seu entender, a China e a África devem permanecer unidas e defender os seus direitos legítimos num momento em que o mundo está a passar por mudanças sem precedentes.
Anunciou 30 projectos de infra-estruturas e renovou a promessa de aumentar as importações agrícolas de África, intenção que já tinha manifestado na edição anterior do FOCAC, em Dacar, em 2021.
O dirigente enfatizou ainda que a China ajudará África a "promover a modernização ecológica, o desenvolvimento verde e a transição para a tecnologia de baixo carbono".
Informou também que a China vai doar mil milhões de yuan (127 milhões de euros) em ajuda militar a África, bem como dar formação a seis mil militares.
A China é o maior parceiro comercial do continente africano, com o comércio bilateral a atingir 167,8 mil milhões de dólares (151,8 mil milhões de euros) na primeira metade do ano, de acordo com a imprensa oficial chinesa.
No total, 50 líderes de países africanos e o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, estão presentes na cimeira, de acordo com a imprensa chinesa.
O FOCAC, que decorre até sexta-feira, serve para as duas partes aumentarem a unidade e a cooperação entre os países em desenvolvimento, reforçar a força do Sul Global, defender conjuntamente a equidade e a justiça internacionais e promover a paz e o desenvolvimento do mundo.
Desde o início do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o continente africano, em 1950, a cooperação entre a África e o gigante asiático têm testemunhado uma evolução contínua na arena internacional.
O Fórum foi estabelecido como um mecanismo de consulta de diálogo conectivo, além de representar um passo orientado para o futuro da cooperação entre as partes, e um modelo importante no âmbito da cooperação Sul-Sul, em busca de um desenvolvimento comum. FMA/ART